28/08/2024 13:33 - Direitos Humanos
28/08/2024 13:33 - Direitos Humanos
O GRANDE NÚMERO DE PESSOAS QUE TÊM HIV/AIDS, MAS QUE NÃO COMEÇARAM OU NÃO PERSISTEM NO TRATAMENTO PREOCUPA AS AUTORIDADES DE SAÚDE. OS ÍNDICES PIORAM ENTRE OS TRANSEXUAIS. A REPÓRTER SILVIA MUGNATTO MOSTRA COMO FOI O DEBATE FEITO SOBRE ESTE TEMA AQUI NA CÂMARA.
O Ministério da Saúde informou aos deputados da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara que cerca de 8% das 904 mil pessoas diagnosticadas com HIV/Aids em 2023 não fizeram o tratamento necessário para redução da carga viral. Para o representante do ministério na audiência, Artur Kalichman, o governo busca políticas que reduzam essa situação, pois ainda há outro contingente de 16% que começa o tratamento e não continua.
A meta da Unaids Brasil é até 2030 ter 95% das pessoas com HIV/Aids diagnosticadas, o mesmo percentual em tratamento e também 95% com carga viral indetectável. Segundo o representante do Ministério da Saúde, o Brasil tem apenas a última meta cumprida hoje. O diagnóstico está em 90% e o tratamento em 81%.
Artur Kalichman explicou que a situação piora entre a população trans, onde apenas 15% estariam com o tratamento em dia. Para Ariadne Ribeiro, da Unaids Brasil, falta informar melhor grupos de pessoas negras e jovens sobre os tratamentos preventivos e emergenciais. Ela acrescentou que ainda existe muita discriminação em torno de profissionais do sexo e da população LGBTQIA+.
Veriano Terto Jr., vice-presidente da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids, disse que o estigma continua:
“Essa ideia, esse estigma de que o soropositivo tem uma sexualidade desenfreada, uma sexualidade louca e, em princípio, é um irresponsável, um culpado, um vilão pela sua própria situação. Isso até hoje não mudou”.
A deputada Erika Kokay (PT-DF) afirmou que vai buscar contato com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, para questionar sobre as pessoas sem tratamento:
“Que nós possamos dialogar com os 16%, dialogar com os 8%... Por que abandonam o próprio tratamento, o que provoca o abandono?”
De acordo com a Unaids Brasil, a mortalidade por Aids caiu de 5,5 mortes por 100 mil habitantes para 4,1 nos últimos dez anos, uma queda de mais de 25%.
Da Rádio Câmara, de Brasília, Silvia Mugnatto
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