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PROPOSTA QUE PREVÊ APOIO A FAMILIARES E AMIGOS DE VÍTIMAS DE SUICÍDIO FOI APROVADA EM COMISSÃO DA CÂMARA. SAIBA OS DETALHES COM A REPÓRTER MARIA NEVES.

Aprovado na Comissão de Saúde, projeto do deputado Fábio Teruel (MDB-SP), garante assistência psicossocial e atendimento gratuito sigiloso a familiares e amigos de pessoas que cometam suicídio. Atualmente, a legislação prevê esse tipo de atenção somente para a pessoa em sofrimento psíquico.

Relator do texto na comissão, o deputado Jorge Solla (PT-BA) ressalta que esse aprimoramento da lei é importante porque o sofrimento mental afeta também a família e os amigos do paciente. O parlamentar sustenta também que esse grupo de apoio desempenha papel crucial na recuperação da pessoa em sofrimento e na prevenção ao autoextermínio.

“O sofrimento psíquico, agudo ou crônico, não se limita ao indivíduo diretamente envolvido, mas também afeta significativamente suas famílias e pessoas próximas. Esses indivíduos, ao desempenharem um papel fundamental no apoio emocional e psicológico, necessitam de suporte adequado para que possam contribuir de maneira eficaz na recuperação dos seus entes queridos.”

A proposta determina que o poder público deve manter serviço telefônico para receber ligações de familiares e pessoas próximas à vítimas de suicídio, do mesmo modo que já oferece para quem está em sofrimento psíquico.

De acordo com o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, de fevereiro deste ano, o Brasil apresenta crescimento “preocupante” na mortalidade por suicídio. Segundo a publicação, de 2000 a 2018 houve crescimento médio anual de 1,4% nas taxas. Entretanto, a partir de 2014, o autoextermínio passou a apresentar aumento de 3,2% ao ano.

O Ministério da Saúde informa ainda que, no Brasil, em 2019, o suicídio representou a segunda principal causa de morte de adolescentes de 15 a 19 anos. Na faixa etária entre 20 e 29 anos, aparece como a quarta principal causa de mortalidade.

No mundo no mesmo período, o suicídio representou a quarta causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, segundo o ministério. Com isso, superou a mortalidade causada por lesões no trânsito, tuberculose e violências interpessoais.

O projeto que estende o atendimento psicossocial a familiares e amigos de vítimas de suicídio ainda será analisado pelas comissões de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família; e de Constituição e Justiça.

Da Rádio Câmara, de Brasília, Maria Neves