26/03/2024 18:17 - Política
Radioagência
Deputados e familiares pedem Justiça no caso Marielle e Anderson
DEPUTADOS E FAMILIARES PEDEM JUSTIÇA NO CASO MARIELLE E ANDERSON. A REPÓRTER LAÍS MENEZES TEM OS DETALHES SOBRE A SOLENIDADE QUE LEMBROU OS SEIS ANOS DO CRIME NA CÂMARA.
Uma sessão solene realizada (26) na Câmara dos Deputados lembrou os seis anos do assassinato da vereadora Marielle Franco, do Psol, e do seu motorista, Anderson Gomes, ocorrido na noite de 14 de março de 2018 no Rio de Janeiro.
Embora tenham celebrado o avanço das investigações, com a prisão dos suspeitos de serem os mandantes das mortes, os deputados e participantes da homenagem afirmaram a necessidade manter a mobilização para garantir a condenação dos responsáveis pelo crime.
A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) se emocionou ao pedir Justiça para Anderson e Marielle.
“Mas eu também não quero chorar, porque eles não merecem nossas lágrimas, mas o nosso protesto, a nossa indignação, a nossa ira, a nossa raiva. E é por isso que aqui estamos todas nós para pedir que eles sejam verdadeiramente condenados, mas não que pague uma fiança e daqui a pouco esteja entre nós. É preciso fazer justiça e ela tem que ser completa”.
Esse também foi um pedido da viúva de Anderson, Agatha Amaus, que participou de modo virtual da sessão solene.
“Não senti nenhum alívio, nenhuma paz, que fui trazida tendo as respostas. Eu espero muito mais, eu espero uma Justiça forte, eu espero, eu tenho fé, eu torço muito. Para que a gente consiga desmantelar essas situações e pessoas assim apareçam cada vez mais. Aí sim, essa dor vai ter um lugar diferente, aí sim, dizer que o caso Marielle e Anderson vai servir para algo mais. Eu estou pronta para ver e espero ver”.
No último domingo (24), três pessoas foram presas pela Polícia Federal acusadas de serem mandantes do crime: o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ), que era vereador do Rio de Janeiro na época; o irmão de Chiquinho e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio, Domingos Brazão; e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa. Todos negam envolvimento no crime.
A deputada Talíria Petrone (Psol-RJ), que pediu a homenagem, disse que o resultado da investigação levada a cabo pela Polícia Federal desnudou, mais uma vez, a relação entre o Estado brasileiro e o crime organizado, como milícias e facções.
“Que a gente aproveite este momento de tanta dor e de tanta evidência, da relação entre crime e política no estado do Rio de Janeiro e no Brasil, pra não nos silenciarmos antes da necessidade de enfrentar isso, e isso se faz enfrentando contundentemente as milícias, e isso é a tarefa de todas as instituições brasileiras. É tarefa desse parlamento”.
Ela e outros parlamentares afirmaram ainda que a investigação só avançou no governo Lula, que colocou a Polícia Federal no caso.
O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, também participou da homenagem. Segundo ele, o assassinato de Marielle e Anderson marcou o início de um processo de degradação institucional da sociedade brasileira. Ele também considerou que o Estado, principalmente no Rio de Janeiro, precisa ser separado do crime.
Sobrevivente do atentado da noite do dia 14 de março de 2018, a jornalista Fernanda Chaves afirmou que o estado do Rio de Janeiro “falhou miseravelmente” quando não evitou o crime e demorou a chegar aos responsáveis. Ela também cobrou a condenação dos acusados.
Da Rádio Câmara, de Brasília, com informações de Marcello Larcher, Laís Menezes.








