25/03/2024 18:35 -
Radioagência
Pessoas com Síndrome de Down vêm à Câmara defender seus direitos e pedem combate ao preconceito
PESSOAS COM SÍNDROME DE DOWN VÊM À CÂMARA DEFENDER SEUS DIREITOS E PEDEM COMBATE AO PRECONCEITO. A REPÓRTER LARA HAJE ACOMPANHOU A SOLENIDADE.
O Plenário da Câmara dos Deputados recebeu diversas pessoas com Síndrome de Down, que defenderam o fim do preconceito e a garantia de direitos. Elas participaram da sessão de homenagem ao Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado em 21 de março.
A Síndrome de Down não é uma doença e, sim, uma condição genética causada pela triplicação do 21º cromossomo, que causa a síndrome, que por isso também é conhecida como Trissomia 21 ou T21.
A deputada Erika Kokay (PT-DF), que pediu a sessão, destacou que o tema da campanha deste ano - “Chega de estereótipos, abaixo o capacitismo” - reflete a importância de se desafiar os estigmas que cercam as pessoas com Síndrome de Down. Segundo ela, não são os cromossomos que determinam as potencialidades das pessoas, e é preciso dar oportunidades para elas, colocar a educação inclusiva no orçamento e assegurar as cotas para pessoas com deficiência no mercado de trabalho, já previstas em lei.
“Assegurar as cotas e assegurar a qualificação no mercado de trabalho também, porque a maioria das pessoas com deficiência que estão no mercado de trabalho ganha até dois salários mínimos”.
A presidente da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, Cleo Bhon, lembrou que o Brasil foi tricampeão da Copa do Mundo de futsal down, realizada na Turquia. Segundo ela, são mais de 40 times de pessoas com Down no Brasil. A escritora Liane Colares, que tem Down e é diretora de Relações Institucionais da federação, pediu atenção dos parlamentares às pessoas com deficiência:
“Peço ainda que esta Casa, a Câmara federal, tenha sempre um olhar na defesa das pessoas com deficiência e fortaleça as associações que cuidam dessas atividades.”
Diretor de Políticas de Educação Especial do Ministério da Educação, Alexandre Mapurunga, que tem autismo, informou que em maio será lançada uma Rede em favor da inclusão e contra o capacitismo, que passará a ser uma política pública do ministério. Essa rede estimula o protagonismo das pessoas com Down na defesa dos seus direitos, que se intitulam autodefensores.
Um dos autodefensores que participou da sessão foi Willian Vasconcelos, primeira pessoa com Síndrome de Down graduada em Direito no Brasil, que relatou a experiência.
“A faculdade, para mim, foi um divisor de águas, me abriu muitas portas e proporcionou grandes conquistas, eu tive vários apoios dos professores, coordenadores, colegas e a área da acessibilidade, que faz um trabalho mais importante para a inclusão”.
Willian e outros participantes ressaltam a importância do apoio familiar para enfrentar os desafios. Os atores Samanta Quadrado e Breno Viola contaram como constituíram a própria família. Ambos têm Down, se relacionam há 11 anos e há dois anos moram juntos.
Presidente da Associação Juliano Varela, Maria Lúcia Fernandes destacou que é preciso cuidar das pessoas que cuidam das pessoas com deficiência. Entre outras ações, a associação é promotora da banda Down Rítmica, única banda formada com componentes com Síndrome de Down do País, que se apresentou na sessão.
Da Rádio Câmara, de Brasília, Lara Haje








