22/02/2024 17:05 - Saúde
Radioagência
Informação sobre leucemia é fundamental para o diagnóstico precoce e sucesso no tratamento, dizem debatedores
INFORMAÇÃO SOBRE LEUCEMIA É FUNDAMENTAL PARA O DIAGNÓSTICO PRECOCE E SUCESSO NO TRATAMENTO. A REPÓRTER MARIA NEVES ACOMPANHOU DEBATE SOBRE O TEMA NA CÂMARA.
Entre 2023 e 2025, o Brasil deve apresentar 11.540 novos casos de leucemia para cada cem mil habitantes, segundo o Instituto Nacional do Câncer. Apesar da incidência relativamente elevada, participantes de seminário realizado na Câmara para discutir formas de combater a doença afirmam que a população ainda não conhece os sintomas desse tipo de câncer. E o diagnóstico precoce representa um fator fundamental para o sucesso do tratamento.
Conforme sustenta a deputada Flávia Morais (PDT-GO), uma das coordenadoras do seminário, a detecção da leucemia é simples, pode ser feita com um exame de sangue. Mas, para que o diagnóstico aconteça, tanto a população quanto os médicos devem estar atentos aos sintomas, defende a parlamentar.
“A gente precisa começar a pensar na realização desse exame numa amplitude maior, que ele esteja no protocolo clínico de procedimentos dos médicos, que eles já possam ter isso como uma rotina. Porque hoje, infelizmente, quando a criança apresenta alguns sintomas, eu acho que é importante que a população conheça os sintomas, e aí vai tratar, primeiro pensa numa coisa, noutra, noutra, noutra, depois que nada disso é constado, aí que vai chegar à leucemia, então, de repente, seria importante descartar a leucemia primeiro, até porque a cura disso, é uma doença muito grave, depende muito do tempo em que esse tratamento se inicia.”
A médica integrante da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia Catharine Moura explica que existem 12 de tipos de leucemia, que podem ser de tipo crônico ou agudo. Para cada forma de manifestação e para cada estágio da doença, há um tipo tratamento, conforme a médica. Dentre as terapias estão desde quimioterapia até transplante de medula óssea.
Quanto às manifestações da leucemia, as formas crônicas podem permanecer assintomáticas por anos, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer. Já os tipos agudos apresentam sintomas variados. Além de anemia, causada pela diminuição dos glóbulos vermelhos, o paciente pode ter fadiga, falta de ar, palpitação e dores de cabeça. A redução dos glóbulos brancos provoca problemas como baixa da imunidade, o que torna o organismo mais sujeito a infecções, muitas vezes graves ou recorrentes, como informa o instituto do câncer.
Os especialistas afirmam que hoje a medicina conta com muitas possibilidades de cura ou controle da leucemia. No entanto, os pacientes encontram dificuldades no acesso aos tratamentos. Segundo a deputada Flávia Morais, um dos “grandes gargalos” são as diferenças regionais o sistema de saúde, que acolhe de forma muito diferente um paciente do Norte ou do Sudeste do país, por exemplo.
Embora o Brasil conte com uma lei, de iniciativa da própria Flávia Morais, que obriga o Sistema Único de Saúde a iniciar o tratamento de paciente com câncer em no máximo 60 dias depois do diagnóstico, a realidade ainda não é essa, afirma a deputada. A médica Catharine Moura concorda.
“Existe um porcentual grande que tem dificuldades de acessar o tratamento no tempo adequado, e a gente sabe que tratamento de câncer depois da hora não tem tanta efetividade.”
Na opinião de Flávia Morais, uma das formas de melhorar o acesso da população ao diagnóstico e ao tratamento do câncer é por meio da descentralização da rede, com a criação de centros de atendimento em todo o país.
Para o diretor da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, Jorge Vaz, também é preciso incorporar novas tecnologias de tratamento ao sistema de saúde, absorver as tecnologias que já existem, e tentar garantir o acesso dos pacientes. Essas exigência valem tanto no sistema de saúde público quanto para o de saúde suplementar, afirma o médico.
Da Rádio Câmara, de Brasília, Maria Neves








