Radioagência

DEBATEDORES APONTAM FALTA DE RECURSOS PÚBLICOS PARA TRATAMENTO DE CÂNCER DE MAMA NO BRASIL. A REPÓRTER JOANA LACERDA ACOMPANHOU O A DISCUSSÃO.

O câncer de mama é a maior causa de morte por câncer entre mulheres no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), ocorrerão cerca de 73 mil novos casos de câncer de mama no ano de 2023, 28% dos diagnósticos de câncer entre mulheres.

Em audiência pública promovida pela Comissão Especial sobre o Combate ao Câncer no Brasil, a diretora do Conselho de Secretários Municipais de Saúde, Verônica Savatin, informou que um dos maiores problemas em relação à enfermidade é a dificuldade financeira para manter os serviços de saúde. Segundo ela, muitos exames são de fácil acesso na rede privada, mas não na rede pública.

O presidente da comissão, deputado Weliton Prado (Solidariedade-MG), reforçou que a comissão está trabalhando em uma alternativa para criar um Fundo Nacional de Enfrentamento ao Câncer.

“Nós não vamos tirar recursos de lugar nenhum, porque nós sabemos que o cobertor é curto, nós estamos propondo novos recursos que estão parados e que podem salvar vidas.”

A representante do grupo Escolhemos Viver, Cíntia Cerqueira, paciente oncológica desde 2018, relatou que a falta de medicamentos prejudica ainda mais os pacientes acometidos pelo câncer.

“Porque o nosso outubro, infelizmente, não é rosa. O nosso outubro é cinza, é sombrio, por falta de medicamento, por falta de exame, por falta de médicos que tenham amor, que tenham  compaixão, que cheguem para gente e falam ‘esse é o tratamento que você precisa’. A gente está sendo enganado até pelos próprios médicos, porque eles não podem passar o verdadeiro tratamento, eles não podem debater com você a sua doença, porque eles não podem falar porque não está no SUS.”

A deputada Silvia Cristina (PL-RO) afirmou que o poder público ainda precisa fazer muito para contribuir com os pacientes oncológicos, e que não adianta só falar sobre melhorias se não houver ação.

“Um pronunciamento quando ele só fala e não consegue atingir o seu José, a dona Maria, lá na ponta com políticas públicas, não serve para estar aqui. O parlamento ele tem que acontecer realmente dando resolutividade lá na ponta. Então que nós sejamos esse instrumento de poder curar, de poder melhorar a vida das pessoas. Quem coloca o voto na urna, coloca um voto de esperança. E essa esperança tem que ser concretizada com políticas públicas para que, de fato, nós possamos continuar salvando vidas.”

Segundo o Instituto Nacional de Câncer, a cada 100 mil mulheres no Brasil, 66 podem desenvolver câncer de mama. A campanha do Outubro Rosa tem o objetivo de compartilhar informações sobre o câncer e conscientizar a população sobre a importância de fazer exames para detecção precoce, que pode contribuir para um maior sucesso nos tratamentos.

Da Rádio Câmara, de Brasília, Joana Lacerda