Rádio Câmara

Reportagem Especial

Especial Produção Científica 4 - Brasileiros desconhecem inovação tecnológica no país -

13/08/2007 - 00h00

  • Especial Produção Científica 4 - Brasileiros desconhecem inovação tecnológica no país -

NA EDIÇÃO DE HOJE DA SÉRIE DE REPORTAGENS ESPECIAIS SOBRE A PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA VAMOS MOSTRAR QUE É MUITO BAIXO O DESCONHECIMENTO DO BRASILEIRO SOBRE O TEMA.

? O QUE ESTÁ SENDO FEITO E O QUE PODE SER FEITO PARA REVERTER ESTE QUADRO ? É O QUE VOCÊ ACOMPANHA A PARTIR DE AGORA NA REPORTAGEM DE MÔNICA MONTENEGRO.

“Você saberia citar o nome de algum cientista brasileiro importante? Não. E você se lembra do nome de alguma instituição de pesquisa brasileira? Também não”

A resposta da paraense Kely Cristiane de Oliveira, de 24 anos, é a mesma de mais de 80% dos brasileiros, que desconhecem o nome de pelo menos um cientista brasileiro ou de algum instituto de pesquisa no país. As conclusões são do Ministério da Ciência e Tecnologia, que fez um levantamento nacional para identificar o grau de interesse dos brasileiros por temas relacionados ao conhecimento e à inovação tecnológica.
O coordenador da pesquisa, Ildeu de Castro Moreira, avalia que esse desconhecimento pode ser reflexo de um acúmulo histórico de falta de investimentos para o setor. Mas ele destaca que o trabalho também buscou identificar quais as áreas que mais interessam aos brasileiros.

"O interesse maior de longe, que é um constante nos demais países, é nas questões relativas à saúde, medicina, ainda mais quando você vai para as classes mais pobres, o que é natural, a sobrevivência do indivíduo, o que é natural. Outra questão importante é como a ciência pode ajudar nas questões de agricultura e de energia. Do ponto de vista que os prejuízos que a ciência poderia trazer, você vê que a preocupação maior hoje dos brasileiros é com o meio ambiente, que impacto os avanços tecnológicos têm trazido para o meio ambiente".

A pesquisa também aponta uma baixíssima participação dos brasileiros em eventos científicos, até mesmo visitas a museus, bibliotecas ou jardins zoológicos e botânicos. E a freqüência diminui ainda mais se a pessoa tiver um baixo grau de instrução.

A professora da Universidade Estadual do Maranhão, Maria Célia Pires Costa, observa que os museus e centros de ciência brasileiros estão bastante concentrados nas regiões Sul e Sudeste, o que seria mais um reflexo das desigualdades socioeconômicas do país. Para ela, as ações para popularizar a ciência precisam aumentar com a disseminação de instituições como essas. Mas a professora considera que o foco principal precisa ser a escola.

"Nós precisamos estar mais presentes dentro da escola mesmo, porque a ciência é uma coisa muito bonita. Mas qual é a situação do nosso professor no Brasil, principalmente o do ensino básico, o do ensino médio? Normalmente, eles têm um contrato com o estado pela manhã, à tarde com a prefeitura e à noite com o ensino privado. Eles precisam ter esses três contratos para ter um salário para sua sobrevivência e da sua família. E aí eles não têm tempo. Que tempo tem esse professor para desenvolver atividades científicas na escola? É muito difícil"

Para Maria Célia, o país precisa priorizar a qualificação dos professores dos ensinos básico e médio, levando ao ensino público docentes com mestrado e doutorado. Para tanto, ela defende que esses profissionais tenham um regime de dedicação exclusiva, semelhante aos professores de ensino superior.

No Congresso Nacional, existem propostas que buscam ampliar o acesso ao conhecimento produzido nas universidades e instituições de pesquisa. Projeto de lei de autoria do deputado Rodrigo Rollemberg, do PSB do Distrito Federal, estabelece que toda a produção técnico-científica de alunos e professores de estabelecimentos públicos deve ficar disponível na internet, no site do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia. O projeto está em tramitação nas comissões da Câmara e aguarda ser votado pelos integrantes da Comissão de Ciência e Tecnologia.

De Brasília, Mônica Montenegro.

AMANHÃ NA QUINTA E ÚLTIMA EDIÇÃO DA SÉRIE ESPECIAL SOBRE A PRODUÇÃO CIENTÍFICA NO BRASIL VOCÊ VAI SABER POR QUE A RELAÇÃO ENTRE PESQUISADORES E COMUNIDADES TRADICIONAIS NEM SEMPRE É PACÍFICA.

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