Rádio Câmara

A professora Daniela Freddo, do departamento de Economia da UNB, destaca que a indicação do economista Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central foi uma “construção”, já que contou com apoio do governo e do mercado financeiro. Ela ressalta que a independência deve valor para os dois lados, não só para o governo. O mercado financeiro sempre teve influência nesta indicação, segundo ela, e tem grande interesse porque o BC também regula o funcionamento do sistema financeiro – além de controlar a inflação.

Daniela Freddo acredita que Galípolo vai continuar perseguindo a estabilização monetária e, ao mesmo tempo, dará um fôlego maior para o governo executar suas políticas sociais. A professora acredita que haja espaço para a redução de juros mas diz que, certamente, esta não será uma das primeiras medidas do BC com Galípolo no comando.

Daniela Freddo afirma que, apesar de não ter mais o poder de demitir o presidente do BC, o presidente da República tem o direito de se manifestar sobre a atuação do Banco Central o que, segundo ela, foi confundido como tentativa de interferência. Ela ressalta que o convívio com o Banco Central foi “tumultuado” nos últimos dois anos, mas que tudo isso faz parte da regra do jogo. A professora destaca que a independência do BC é algo relativamente novo e que, por isso, precisa de mais tempo para ser testada.

Apresentação - Mauro Ceccherini