Plenário repercute a visita do Papa Bento 16
11/05/2007 - 18:52
A visita do Papa Bento 16 ao Brasil foi destacada nesta sexta-feira por parlamentares no plenário. O deputado José Genoíno (PT-SP) ressaltou que, apesar de não ser católico, tem profundo respeito pela Igreja de Roma e pelo seu chefe, e se solidarizou com os brasileiros que comemoram a presença do papa.
Genoíno discutiu temas que vieram à tona em razão da visita. "Concordo com a manifestação do presidente Lula no sentido de que o Estado deve continuar sendo laico, e de que as questões religiosas precisam ser tratadas no âmbito individual", afirmou. "Temas como o direito da mulher de decidir pela interrupção da gravidez com acompanhamento médico, psicológico e social podem ser discutidos pelo Estado", acrescentou.
Segundo a deputada Jusmari Oliveira (PR-BA), a chegada do papa ao Brasil levou a mídia a dar ênfase ao debate sobre a legalização do aborto. Ela disse que algumas correntes já se mobilizam para pressionar o Congresso a aprovar projetos sobre a descriminalização dessa prática. "Alguns conceitos que começam a ser ensaiados me preocupam; para mim e para a maioria dos brasileiros, aborto é crime."
Ela não concordou com a tese de que a questão do aborto tenha como referência o Estado laico. "Não se trata de religião dizer se matar ou não matar é crime. É a nossa consciência, principalmente a consciência de mulher e mãe", ressaltou.
Amazônia
O deputado Átila Lins (PMDB-AM) afirmou que, para a maior nação católica do mundo, é sempre motivo de alegria ter a presença do papa. Ele destacou as motivações da visita, que são a canonização do primeiro santo brasileiro, Frei Galvão; e a 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, em Aparecida do Norte.
Lins lamentou o fato de que na agenda papal não foi possível incluir uma visita à Amazônia, justamente no ano em que a Campanha da Fraternidade tem como tema essa região. "A presença do papa fortalece nossa religiosidade", afirmou.
Ecumenismo
Já o deputado Nilson Mourão (PT-AC) disse acreditar que a visita papal ficará marcada na história do Brasil e no pontificado de Bento 16. Ele destacou a importância do encontro do papa com líderes de tradição ortodoxa, judaica e muçulmana.
Para Mourão, não faz o menor sentido haver brigas entre os fiéis de diferentes religiões, pois todos deveriam ser tolerantes. "Temos de dar exemplos para o mundo e buscar o caminho da unidade entre os povos. Paz e justiça só são possíveis com tolerância, com pluralismo, com liberdade religiosa", disse.
Na quinta-feira, o 2º vice-presidente da Câmara, deputado Inocêncio de Oliveira (PR-PE), ressaltou em Plenário que o Brasil se sente honrado em receber o papa: "Ele é o líder espiritual e pastor de mais de 1 bilhão de pessoas, ou um sexto da população do planeta".
"A visita do papa insere-se numa linha de universalização e ecumenismo da Igreja Católica, fiel ao espírito de João Paulo 2º. Brasileiros cristãos, evangélicos, ecumênicos e não religiosos saúdam com alegria e orgulho a visita de Bento 16 ao Brasil, em sua missão evangelizadora e doutrinária", completou.
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Reportagem - Newton Araújo Jr.
Edição - João Pitella Junior
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