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Comissão discutirá radioproteção e segurança nuclear

19/04/2007 - 18:28  

A Comissão de Minas e Energia realizará audiência pública para analisar a estrutura do Estado brasileiro para a garantia de radioproteção e segurança nuclear da população. A autora do requerimento, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), explica que a reunião é necessária para que a comissão possa avaliar em profundidade os instrumentos e a estrutura existentes "a fim de que a atividade nuclear se desenvolva dentro de limites aceitáveis de segurança, com o objetivo de evitar danos à população e ao meio ambiente".

A deputada lembra que o debate, aprovado ontem, é oportuno, pois no momento o governo discute a possibilidade de ampliação da atividade nuclear, com a construção da usina nuclear de Angra 3. Além disso, o governo elabora um novo programa nuclear que contempla a construção de sete novas usinas no Brasil. "Não se pode negligenciar a necessidade de manter a atividade nuclear dentro de rígidos padrões de controle", argumenta.

O programa nuclear brasileiro prevê a construção de sete novas usinas nucleares nos próximos 20 anos, nas regiões Sudeste e Nordeste. O objetivo do governo é diversificar as fontes de geração de energia. Atualmente, as usinas nucleares respondem por 2% do consumo interno. Com o plano de expansão, a meta é aumentar para 6% da participação nacional. De acordo com estimativas do Ministério de Minas e Energia, o consumo de energia deverá crescer 5% ao ano até 2015.

Acidentes
Um dos principais problemas decorrentes da geração de energia nuclear é o armazenamento de lixo atômico, com elevada quantidade de radiação. Os resíduos devem ser armazenados em recipientes metálicos protegidos por caixas de concreto, que posteriormente são lançados ao mar. Os acidentes ocorrem devido à liberação de material radioativo de dentro do reator. A radiação contamina o meio ambiente e provoca doenças como o câncer. As seqüelas não se limitam às áreas próximas à usina, mas também atingem áreas distantes, pois ventos e nuvens radioativas espalham parte da radiação. O acidente radioativo com o Césio 137, em Goiânia, em 1987, é um exemplo de como esse tipo de material pode prejudicar a população.

Participantes
A deputada Rose de Freitas propõe que sejam convidados para o debate o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Odair Dias Gonçalves; o diretor-presidente da Associação dos Fiscais de Radioproteção e Segurança Nuclear (Afen); e o procurador do Ministério Público Federal em Angra dos Reis, André de Vasconcelos Dias.

A data da reunião ainda não foi agendada pela comissão.

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Reportagem - Antonio Barros
Edição - Sandra Crespo

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