Economia

Relator da CPI da Americanas deve apresentar parecer até 18 de setembro

Presidente do colegiado defendeu proteger a imagem da economia do País

24/05/2023 - 18:15  

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Apresentação do plano de trabalho do relator. Dep. Carlos Chiodini(MDB - SC)
Chiodini: desinvestimento na empresa derruba preço das ações, prejudicando acionistas

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura possível fraude contábil na Americanas, deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), deve apresentar o parecer até 18 de setembro. A votação do texto está prevista para o final de setembro, segundo o plano de trabalho apresentado nesta quarta-feira (24).

Pelo roteiro de trabalho, haverá audiências e diligências entre junho e o início de setembro. Estão previstas oitivas com diretores e ex-diretores da empresa, como Sérgio Rial – que ficou apenas dez dias como chefe da empresa e revelou o rombo –, além de membros dos conselhos de administração e fiscal, empregados, acionistas minoritários, órgãos de investigação, entre outros.

Segundo Chiodini, quando os balanços não refletem a realidade, como no caso da Americanas, o mercado em geral perde a confiança na empresa. “O que gera uma enxurrada de desinvestimento que derruba o preço das ações, prejudicando milhares de acionistas, desde os mais ricos até os minoritários”, disse.

Ele lembrou que o número de investidores brasileiros na bolsa de valores subiu mais de três vezes nos últimos quatro anos, chegando a quase 6 milhões de pessoas em abril 2023. “O Brasil não pode prescindir desse importante mecanismo de riqueza e financiamento do setor privado”, declarou.

Panorama geral
O relator aceitou sugestão do deputado Tarcísio Motta (Psol-RJ) para ter uma primeira audiência para dar um panorama mais geral do problema e das informações já disponíveis sobre o caso. “Poderíamos ter uma sessão inicial com jornalistas e economistas para nos darem uma visão geral”, afirmou Motta, que também reforçou a necessidade de ouvir entidades ligadas aos trabalhadores da Americanas.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) defendeu que o foco da CPI seja refletir sobre mecanismos legais para impedir novas fraudes. “Os administradores judiciais têm um papel chave ao ter em sua posse informações estruturadas de uma apuração que está sendo feita. Como o tempo é curto, temos de ser racionais para colher os melhores resultados no prazo mais breve”, afirmou.

 

 

De acordo com o relatório anual de 2021, a Americanas tem 51 milhões de clientes ativos, mais de 44 mil empregados associados e 3.500 lojas em todo o País, com faturamento de R$ 55 bilhões. A Americanas pediu recuperação judicial no dia 19 de janeiro após anunciar um rombo contábil de R$ 20 bilhões.

Mercado financeiro
O presidente do colegiado, deputado Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE), ressaltou a preocupação de a CPI proteger a imagem da economia do Brasil. “O Brasil não pode ser uma terra sem lei. Toda a possibilidade de fraude ao mercado financeiro será investigada para que a gente proteja milhares de empregos”, disse.

Ribeiro também afirmou que é importante compreender melhor a atuação das empresas de auditoria, como a PricewaterhouseCoopers, que não conseguiram encontrar furos nos balanços da Americanas anteriormente.

Reportagem - Tiago Miranda
Edição - Ana Chalub

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