Trabalho, Previdência e Assistência

Comissão rejeita proposta de inserção de reservistas no mercado de trabalho

Para relator, proposta cria reserva de mercado para os egressos do serviço militar junto às empresas de segurança

09/08/2021 - 15:17  

A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados rejeitou a proposta de criação de um programa de inserção de jovens egressos do serviço militar no mercado de trabalho, chamado de Reservistas em Ação por Cidadania. O texto rejeitado obriga empresas de segurança privada a fornecer cursos aos reservistas. Trata-se do Projeto de Lei 9956/18, da deputada licenciada Laura Carneiro e do deputado Hildo Rocha (MDB-MA).

Gustavo Sales/Câmara dos Deputados
Reunião Deliberativa. Dep. Coronel Armando(PSL - SC)
Para Coronel Armando, projeto cria reserva de mercado

O relator da proposta, deputado Coronel Armando (PSL-SC), recomendou a rejeição. Apesar de concordar com os autores quanto à possibilidade de cooptação de jovens recém-saídos dos quartéis pelo crime organizado, Coronel Armando afirmou que o projeto cria uma “reserva de mercado” para os reservistas junto às empresas de segurança.

“Tal situação implica ofensa ao princípio constitucional fundamental da livre iniciativa. Há ainda a situação dos municípios não-tributários do serviço militar, onde não haveria reservistas para serem contratados pelas empresas de segurança que aí atuem”, explicou o relator.

Projeto apensado
Os parlamentares rejeitaram ainda, na mesma votação, o PL 1040/19, que tramita em conjunto com a proposta de Hildo Rocha e Laura Carneiro e obriga os incorporados ao serviço voluntário militar a se matricularem em curso profissionalizante ofertado pelas Forças Armadas ou entidade credenciada.

“No tocante ao projeto apensado, este impõe uma obrigação aos recrutas que não é razoável, na medida em que desconsidera seus interesses individuais”, afirmou Coronel Armando.

Tramitação
A proposta tramita em caráter conclusivo e ainda será analisada pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Anteriormente, a proposta também foi rejeitada pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços.

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Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Roberto Seabra

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