Cidades e transportes

Deputados criticam regras de exames para habilitação de trânsito defendidas por relator

24/06/2020 - 15:17  

Durante as votações dos destaques ao Projeto de Lei 3267/19 (o texto-base foi aprovado ontem), alguns deputados criticaram o texto do relator, deputado Juscelino Filho (DEM-MA), por não exigir, entre outros pontos, que os exames médicos e psicológicos sejam feitos por profissionais indicados por critérios impessoais, como sorteio eletrônico realizado pelo órgão de trânsito.

Para o deputado Mauro Nazif (PSB-GO), a mudança acaba com a impessoalidade nos exames de habilitação. “A regra prevista atualmente no Código de Trânsito Brasileiro acabou com a fraude de 99% das habilitações. Onde for designado para o candidato ir, ele tem de ir ”, apontou.

O deputado Rubens Bueno (Cidadania-PR) também afirmou que a alteração no texto é um retrocesso na legislação. “A impessoalidade é fundamental no processo de obtenção da carteira de habilitação. A escolha da clínica tem de ser impessoal.”

A maioria dos deputados a favor do texto do relator não se pronunciou nos debates. O deputado Hiran Gonçalves (PP-RR), porém, disse que a atuação dos examinadores, tanto médicos quanto psicólogos, foi muito bem registrada no substitutivo do relator.

Especialização
Outros deputados criticaram destaque do Novo que queria tirar a necessidade de especialização em medicina e psicologia do trânsito para os profissionais que atendem a quem quer renovar ou conseguir uma habilitação. Segundo o deputado Dr. Luiz Antonio Teixeira Jr. (PP-RJ), a especialidade médica não se trata de reserva de mercado. “É a certeza de que vamos ter condutores com condições de fazer aquele exame.”

O substitutivo acaba com a necessidade de os profissionais serem credenciados perante os órgãos de trânsito estaduais, introduzindo na lei a exigência do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) de que eles tenham titulação de especialista em medicina do tráfego e psicologia do trânsito.

Ao total, quatro destaques que tratavam de exames médicos e psicológicos e clínicas já foram rejeitados pelo Plenário.

Reportagem - Tiago Miranda
Edição - Marcelo Oliveira

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.