Relações exteriores

Deputados avaliam relação do governo brasileiro com o Brics

Cúpula do bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul estará reunida nesta quarta e quinta-feira, dias 13 e 14, em Brasília

11/11/2019 - 13:32  

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Fotos Institucionais
Bloco reúne países emergentes que concentram 42% da população mundial e 18% do comércio

Os chefes de governo do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul se reúnem em Brasília na quarta e quinta-feira, dias 13 e 14, para a 11ª Cúpula do Brics. O bloco de países emergentes representa cerca de 42% da população mundial e 18% do comércio.

Os deputados devem participar de diversos encontros no período para aumentar a cooperação entre os países. Para o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, o governo brasileiro adota uma atitude “errática” nas relações internacionais, com muitas críticas a parceiros comerciais tradicionais e alinhamento com os Estados Unidos.

Para ele, o Brasil deveria se manter no clube dos emergentes com uma política externa que não seja tão subordinada aos interesses norte-americanos. "Logo no início do governo Bolsonaro, ele teve atitudes - que se mantêm - de subordinação aos norte-americanos. Inclusive, voluntariamente, o Brasil abre mão de sua condição de país em desenvolvimento - onde a China ainda continua - a troco não se sabe exatamente de quê", afirma.

O deputado Fausto Pinato (PP-SP), coordenador da Frente Parlamentar do Brics, acredita que o governo tem mostrado uma atitude pragmática nas relações internacionais e que isso pôde ser demonstrado na viagem que o presidente Bolsonaro fez à China este ano.

“Incentivou os chineses a virem fazer parcerias com as empresas brasileiras, o que é importante. Porque muitas vezes fazendo as parcerias, a empresa brasileira aprende uma tecnologia. Acho que esse assunto já foi superado", avalia,

Durante este ano, o Brasil foi o presidente do Brics. Norberto Moretti, secretário de Política Externa Comercial do Itamaraty, citou questões relacionadas à tuberculose como exemplo de avanço nas negociações.

“Concretamente o que nós estamos concentrados, focalizados neste momento, é em pesquisa de medicamentos e métodos de diagnóstico de tuberculose. Os cinco países do Brics têm a metade dos casos de tuberculose no mundo, pelo próprio tamanho das suas populações", afirma

Outras prioridades foram a cooperação em ciência, tecnologia, inovação e economia digital; e o aprofundamento das parcerias no combate ao crime organizado, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas.

 

Reportagem – Sílvia Mugnatto
Edição – Rachel Librelon

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