Cepal diz que reforma poderá reduzir as receitas da Previdência Social
03/07/2018 - 14:35
O representante da Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (Cepal) na audiência pública da Comissão de Trabalho sobre a reforma trabalhista, Marcos Chiliatto, acredita que a nova lei poderá reduzir as receitas da Previdência Social.
Para Chiliatto, é problemático especialmente o trabalho intermitente, já que o trabalhador pode ganhar menos que o salário mínimo e, neste caso, teria que fazer contribuição voluntária para a Previdência – o que pode não ocorrer. Conforme o pesquisador, as mulheres seriam mais vulneráveis à uma possível generalização de empregos mais precários, assim como os trabalhadores das regiões Norte e Nordeste.
Já Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), observou que a reforma foi feita sem que o governo e o Legislativo dimensionassem os impactos sobre as relações de trabalho, sobre a proteção previdenciária e o impacto fiscal, por exemplo.
“A reforma foi feita com o objetivo de genérico de gerar emprego, mas sem mostrar como seriam criados”, disse Ganz. Ele observou ainda que o Brasil foi o 110º país no mundo a fazer reforma trabalhista, sendo que resultados de reformas em outros lugares mostram o impacto negativo delas - por exemplo, na Espanha.
Reportagem – Lara Haje
Edição – Wilson Silveira