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Câmara homenageia dia do Bumba Meu Boi

Homenagem foi feita em sessão solene realizada nesta segunda-feira (4)

04/06/2018 - 18:52  

A Câmara dos Deputados promoveu sessão solene em homenagem ao dia do Bumba Meu Boi, comemorado no último dia 30 de junho. Em discurso lido no Plenário, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), destacou que essa é uma das mais vigorosas manifestações do folclore nacional, que nasceu no Maranhão e se espalhou para outros estados do país.

“Durante muitas décadas, a encenação do bumba meu boi foi preservada graças à dedicação, persistência e resistência de cantadores e brincantes de pequenas comunidades do interior do Maranhão. Felizmente, esta manifestação popular atravessou os séculos e as fronteiras e hoje ela é nacionalmente reconhecida e valorizada”, declarou Maia.

Antonio Augusto/Câmara dos Deputados
Homenagem ao Dia do Bumba Meu Boi
O festejo do Bumba Meu Boi nasceu no Maranhão há mais de três séculos

De acordo com o deputado Hildo Rocha (MDB-MA), proponente da sessão, o Bumba Meu Boi é a mais completa manifestação cultural do povo brasileiro no país. “Além de ser a mais completa manifestação, que tem figurino, tem música, tem poesia, tem beleza e tem alegria, também é uma manifestação composta da base racial no nosso país: o branco, o negro e o índio”.

Durante a solenidade, Rocha lembrou de seu Projeto de Lei 4364/2016, que denomina a cidade de São Luís, no Maranhão, Capital Nacional do Bumba Meu Boi. “São Luís é a cidade que concentra o maior número de grupos de Bumba Meu Boi no Brasil inteiro. São mais de 100 grupos que arrastam milhares de pessoas para suas apresentações”, justificou. A proposta já foi aprovada na Câmara dos Deputados e aguarda apreciação pelo Senado Federal.

A deputada Érika Kokay (PT-DF) ressaltou a importância da cultura maranhense, principalmente o Bumba Meu Boi, para a construção do Brasil enquanto nação. “É a cultura que nos faz povo, é a forma que nós temos de deixar as nossas marcas humanas, portanto o Boi e os brincantes são marcas da nossa humanidade”, declarou.

Segundo ela, o enredo do Bumba Meu Boi lembra a história e a força do povo brasileiro. “É no Boi que a gente se faz Brasil porque é no Boi que nós temos a cultura indígena e a cultura negra. A nossa cultura e a cultura européia ali se unificam numa demonstração de força do povo brasileiro. O Boi ressuscita mostrando que nós temos o poder dos curandeiros, o poder dos pajés, o poder indígena e o poder negro. Isso significa a força desse povo brasileiro”.

Patrimônio Cultural
Em 2011, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) atribuiu o título de patrimônio cultural do Brasil ao Bumba Meu Boi do Maranhão. O primeiro passo para o reconhecimento internacional desta manifestação foi dado no início deste ano, quando o Iphan entregou um dossiê de sua candidatura ao Ministério das Relações Exteriores para concorrer ao título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, concedido pela Unesco a outras manifestações tais como o frevo e o samba.

Segundo Rodrigo Maia, a inclusão dessa tradição na lista dos importantes legados culturais brasileiros para a humanidade “aumentará a nossa responsabilidade de preservá-la, proporcionando às próximas gerações e a indivíduos do mundo inteiro a oportunidade de conhecer, apreciar e emocionar-se com a força ancestral do Bumba Meu Boi”.

Histórico
O festejo Bumba Meu Boi nasceu no Maranhão há mais de três séculos e depois disseminou-se por diversos outros estados brasileiros, incorporando novos elementos de dança, música e figurino. Ao migrar do litoral para o interior do Nordeste e para as outras regiões do país, recebeu diversas denominações de acordo com o local.

É o Boi Bumbá no Amazonas e no Pará; Bumba de Reis ou Reis de Boi no Espírito Santo; Boi Pintadinho no Rio de Janeiro; e Boizinho no Rio Grande do Sul, por exemplo. Nas regiões onde esta tradição está mais arraigada, a festa do Bumba Meu Boi ocorre o ano inteiro, porém, as comemorações se concentram durante os festejos juninos.

Reportagem – Larissa Galli
Edição – Ana Chalub

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