Economia

Frente parlamentar alerta para riscos da legalização dos jogos de azar

13/12/2017 - 20:35  

Integrantes da Frente Parlamentar Mista por um Brasil sem Jogos de Azar destacam impactos negativos da legalização, especialmente na população de menor poder aquisitivo. O grupo se reuniu nesta quarta-feira para definir a agenda de atuação em 2018. 

Criada em outubro deste ano, a Frente tem por objetivo conscientizar a população sobre os riscos de se legalizar essa atividade no Brasil. Dois projetos de lei propõem a legalização dos jogos no Brasil: um do Senado (PLS 186/14) e outro da Câmara (PL 442/91).

Raphael Milagres/Câmara dos Deputados
Frente Parlamentar Mista por um Brasil sem Jogos de Azar
Frente por um Brasil sem Jogos de Azar se reuniu para traçar prioridades

Segundo a representante da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal, Ilva Franca, é preciso alertar a população para os riscos da ludopatia, o vício em jogos, que muitas vezes leva à ruína econômica e familiar dos jogadores compulsivos.

O representante do Movimento Brasil Sem Azar, Roberto Lasserre, afirmou que os jogos têm impacto direto principalmente na parte da população com menor poder aquisitivo.

"Nós vivemos numa sociedade empobrecida, uma sociedade cada vez mais envelhecida e a gente sabe que os jogos de azar vão atacar exatamente a classe média, média baixa e baixa, e também os idosos, principalmente
aposentados e pensionistas que já não têm muito dinheiro", advertiu.
Lucro
O presidente da Frente Parlamentar, deputado Roberto de Lucena (PV-SP), criticou argumentos favoráveis à legalização, como o aumento no número de empregos e na arrecadação no país.

"A geração de empregos é pretexto para se legalizar o jogo. A receita que se pretende arrecadar para destinar à segurança pública também, até porque a segurança pública tem orçamento não utilizado. A grande questão é qual é o interesse do jogo? É o lucro", argumentou.

Já o presidente do Conselho de Controle das Atividades Financeiras do Ministério da Fazenda, Antônio Rodrigues, alertou para a necessidade de se criar uma estrutura de fiscalização que não existe atualmente, caso a legalização do jogo se confirme.

Reportagem - Karla Alessandra
Edição - Geórgia Morae

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