PEC sobre cláusula de desempenho e coligações tem mais consenso, avalia Fábio Ramalho
19/09/2017 - 12:01
O presidente da Câmara dos Deputados em exercício, Fábio Ramalho, disse acreditar em um acordo para votar nesta semana a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 282/16) que estabelece cláusula de desempenho e veda a celebração de coligações em eleições proporcionais (deputados e vereadores).
Segundo ele, esse é um texto que tem mais consenso entre os deputados. A proposta está na pauta do Plenário desta quarta-feira (20).
Ramalho também afirmou que o Plenário pode votar ainda duas medidas provisórias nesta semana: a MP 780/17, que institui o Programa de Regularização de Débitos não Tributários junto às autarquias e fundações públicas federais e à Procuradoria-Geral Federal, e MP 781/17, que muda regras do Fundo Penitenciário Nacional.
Sistema eleitoral e fundo de campanha
Hoje o único item da pauta do Plenário é a PEC 77/03, que define novo sistema eleitoral e cria um fundo público para financiar campanhas eleitorais.
Vice-líder do PMDB, o deputado Mauro Pereira (RS), afirmou que se for votada hoje, a reforma política não vai ser aprovada, mesmo com empenho de todos os líderes partidários. “O tema é bastante controverso e, hoje, com certeza, não passa a reforma política porque não existe nenhum consenso”, afirmou.
O deputado Ivan Valente (Psol-SP) também afirmou que a PEC 77/03 não será aprovada e defendeu a vedação às coligações nas eleições proporcionais sugerida pela PEC 282.
Já o relator da PEC 77/03, deputado Vicente Candido (PT-SP), espera que a Câmara consiga votar alguns pontos da reforma política, pois, segundo ele, não aprovar nada seria muito ruim. “Aparentemente [a PEC 282] é a mais tranquila, mas nada aqui tem maioria com folga. Tudo vai ter obstrução, vai ter bancada se posicionando contra. Mas, repito, o pior dos mundos é a gente não votar nada.”
Negociações
O presidente da República em exercício, deputado Rodrigo Maia, disse ontem à noite que intensificará as negociações para que a Câmara vote alguns temas da reforma política nesta semana, a tempo de as novas regras valerem para as próximas eleições, em 2018.
“Seria importante que nós pudéssemos avançar no [sistema] distrital misto em 2022, com a transição pelo sistema majoritário”, disse Maia. "Se a gente conseguir avançar nessa PEC do fim de coligação para 2020 e cláusula de desempenho para 2018, a gente dá uma sinalização para a sociedade e para o próprio Supremo [Tribunal Federal] de que avançamos.”
O sistema distrital misto divide o total de vagas a serem preenchidas em cada estado, para a Câmara dos Deputados, entre os mais votados em cada distrito de um determinado estado e os indicados em uma lista preordenada pelos partidos. O eleitor votaria duas vezes: uma vez no candidato distrital e outra vez na legenda.
Reportagem - Luiz Gustavo Xavier
Edição - Natalia Doederlein