Para o presidente do TSE, o ideal é regulamentar o financiamento empresarial de campanhas
21/08/2017 - 14:44
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, afirmou que é importante discutir a forma como a democracia será financiada no Brasil. Para ele, o ideal seria regulamentar o financiamento empresarial, definir quantidade de recursos e gerir esses recursos de forma racional.
Mendes disse que o Supremo Tribunal Federal, ao definir como inconstitucional o financiamento empresarial de campanhas, acabou gerando a possibilidade para que diversos “laranjas”, como pessoas físicas, pudessem doar a candidatos.
“Tivemos cerca 750 mil doadores pessoas físicas e pelo menos 300 mil não tinham capacidade financeira. Tudo indica que já estamos vivendo o fenômeno do uso de ‘laranjas’ para doação”, disse. “Simplesmente banimos o financiamento empresarial, mas será que as empresas estão alheias às campanhas?”, questionou.
Sistema de governo
O presidente do TSE também defendeu a mudança do atual presidencialismo para um “semipresidencialismo”. O novo modelo, avaliou Gilmar Mendes, daria mais responsabilidade para o Legislativo e para o Executivo.
“A Presidência de República ficaria com a chefia do Estado e um efetivo poder moderador, podendo em casos extremos pedir a dissolução da Câmara dos Deputados. Preservaria a chefia do Estado dessas crises que nos atingem”, afirmou.
Reportagem - Luiz Gustavo Xavier
Edição - Ralph Machado