Saúde

Especialistas pedem investimentos em prevenção de doenças cardiovasculares

12/12/2016 - 20:16  

Billy Boss/Câmara dos Deputados
Audiência pública sobre a situação do paciente de alto risco cardiovascular tendo como foco o colesterol, por ser um dos mais graves fatores de risco para as doenças cardiovasculares
Audiência da Comissão de Seguridade debateu formas de controle dos riscos de doenças cardiovasculares

Especialistas ouvidos nesta segunda-feira (12) pela Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados pediram mais investimentos em prevenção de doenças cardiovasculares.

Para o cardiologista Andrei Sposito, é preciso investir em prevenção para que o orçamento da saúde consiga atender a todas as pessoas. "A prevenção é cinco a dez vezes mais barata que o tratamento e é muito mais eficaz. Os tratamentos vão ficando mais complexos na medida que a doença evolui, e se gasta muito mais com um resultado muito inferior. As pessoas ficam sequeladas, com limitações, com diminuição da capacidade produtiva e redução da expectativa de vida", disse Sposito.

A presidente do Instituto Lado a Lado, Marlene Oliveira, explicou que é preciso mudar o foco da saúde no Brasil do tratamento para a prevenção. O instituto desenvolve desde 2014 a campanha Siga seu Coração, com o objetivo de alertar a população para os problemas cardiovasculares responsáveis por 30% do número de mortes no Brasil.

"Há mudanças de hábito muito simples, que podem ajudar o cidadão a evitar uma doença cardiovascular. É o paciente começar a introduzir hábitos saudáveis, mudar a alimentação, acabar com o sedentarismo", disse Marlene Oliveira.

Campanhas de prevenção
O autor do requerimento para a realização da audiência pública, deputado Alexandre Serfiotis (PMDB-RJ), destacou que, no caso das doenças cardiovasculares, é preciso investir em educação e prevenção para não sobrecarregar o Sistema Único de Saúde (SUS) com gastos de alta complexidade. “Para que esse paciente amanhã não desenvolva insuficiência renal, não tenha uma complicação vascular de amputação do paciente diabético”, afirmou. “A prevenção hoje é uma realidade que a gente precisa trabalhar e intensificar porque o custo da prevenção é inferior ao tratamento lá na ponta, na alta complexidade. É preciso que campanhas de prevenção sejam intensificadas.”

As doenças cardiovasculares têm componentes genéticos que não podem ser mudados, como idade, sexo ou história de doença cardíaca na família. Outros fatores, no entanto, podem ser eliminados ou corrigidos, como o hábito de fumar, a alimentação inadequada, a obesidade, a falta de exercícios físicos, o colesterol alterado, o diabetes e a pressão alta.

Reportagem – Karla Alessandra
Edição – Pierre Triboli

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