Rodrigo Maia defende diálogo institucional para superar crise política
06/12/2016 - 14:35

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, defendeu hoje (6) o diálogo institucional para superar a crise política. Segundo Maia, a decisão do ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, de afastar liminarmente Renan Calheiros do cargo de presidente do Senado não deveria ter ocorrido, mas já que foi tomada, a palavra-chave neste momento é harmonia.
“Não sou a favor de reação, sou a favor de diálogo, conversando, entendendo que a decisão não foi o melhor caminho. Mas é preciso trabalhar com harmonia. Reação, para mim, tem a ver com confronto, e confronto não é o caminho”, destacou o presidente.
Previdência
Maia reafirmou a necessidade e a urgência da reforma da Previdência (PEC 287/16), encaminhada nesta terça-feira (6) à Câmara pelo governo. Segundo ele, a reforma é para garantir que as aposentadorias e pensões serão pagas. “É importante que se diga: é para garantir os direitos, no setor público e privado, daqueles que contribuem para sua previdência”, disse.
Para o presidente, assim que aprovada, a reforma vai contribuir para baixar a taxa de juros no Brasil, aumentar a confiança e mostrar aos investidores que o País voltou a se preocupar com o equilíbrio fiscal.
Maia também afirmou que, enquanto estiver ocupando a presidência, não votará nenhuma proposta que aumente ou crie impostos. “Qualquer coisa que impacte ainda mais o setor produtivo não terá espaço [aqui na Câmara]. Criar aumento de impostos no momento de uma crise como essa é irresponsabilidade”, explicou.
Recesso
Rodrigo Maia disse ainda que se o governo encaminhar ao Congresso alguma matéria urgente que ajude na recuperação econômica do País ou no estímulo ao emprego, pode ser necessária a autoconvocação em janeiro. Caso o debate se restrinja à reforma da Previdência, Maia afirmou que não vê necessidade da autoconvocação.
“Apenas para discutir a Previdência não acho necessário. O importante é votar na comissão até terça-feira ou quarta-feira, criar a comissão especial antes do recesso para que [a comissão especial] comece a dialogar com a sociedade. Independentemente de recesso, a comissão tem a obrigação de continuar trabalhando no mês de janeiro, independentemente da Casa, do recesso, porque é um tema muito polêmico e muito difícil”, explicou.
Reportagem - Luiz Gustavo Xavier
Edição - Alexandre Pôrto