Maia pede prisão e quer indiciamento de invasores do Plenário da Câmara
16/11/2016 - 19:23
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, pediu a prisão e o encaminhamento à Polícia Federal dos cerca de 40 manifestantes que invadiram o Plenário no início da tarde desta quarta-feira (16). “Eles depredaram patrimônio público, se recusaram a sair do Legislativo. Todos serão presos. O que a gente espera é que não se veja mais este tipo de cena acontecendo na Câmara. Quem descumpriu a lei vai responder pelo seu delito”, afirmou.
Os manifestantes quebraram uma porta de vidro, agrediram um assessor parlamentar e tomaram a Mesa Diretora cobrando a presença de um general do Exército na Casa, vestindo camisetas pedindo intervenção militar, e gritando palavras de ordem. Houve tumulto e agressão. Eles passaram cerca de duas horas e meia no Plenário Ullysses Guimarães antes de serem retirados pela Polícia Legislativa. Foram todos identificados e deverão ser indiciados pelos crimes cometidos.
Os manifestantes alegaram não ter lideranças e disseram que o ato foi coordenado pelas redes sociais. O primeiro-secretário da Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP), que conversou com o grupo, disse que o movimento não tinha demandas conexas. “Eles querem tudo: o fim do desemprego; a saída do Temer; a restauração do Regime Militar; uma série de coisas que, na democracia, é impossível”, afirmou.
Mansur explicou que parte da estratégia para desocupar o Plenário foi retirar a imprensa. “Depois disso, todos se acalmaram”, afirmou. Em determinado momento da invasão, os manifestantes chegaram a pedir o retorno da imprensa.
Ato grave
O deputado Marcos Rogério (DEM-RO) disse se tratar de um grupo de extrema direita. “O grupo invadiu gritando o nome do juiz Sérgio Moro e depois cobrando intervenção. É uma agressão ao Parlamento e é preciso que a Casa aja com firmeza”, disse. Rogério destacou que, apesar da instabilidade política e econômica, as instituições do País funcionam. “Não há razões para movimentos desta natureza”, disse.
O deputado Bohn Gass (PT-RS) cobrou investigação sobre o movimento. “Isso precisa ser investigado. Querem um general aqui”, condenou. Foi o mesmo tom da fala do deputado Paulo Pimenta (PT-RS): “Essas pessoas não vieram sozinhas. Precisamos apurar quem financiou e quem são os mandantes deste movimento”, afirmou.
A deputada Laura Carneiro (PMDB-RJ) lamentou a invasão. “Uma manifestação fascista no momento em que estamos tentando construir consensos aqui na Casa”, declarou.
Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Pierre Triboli