Cunha diz que procurador-geral cerceou o seu direito de defesa
21/06/2016 - 15:42
Na entrevista coletiva desta terça-feira (21), o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, afirmou que foi cerceado no seu direito de defesa pelo pedido de prisão apresentado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. "Por isso, entrei com habeas corpus", afirmou, confirmando que apresentou na segunda-feira (20) o pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Sobre o ato da Mesa Diretora que lhe assegurou prerrogativas do cargo de presidente da Câmara, Cunha disse que precisa de segurança, porque sofre ameaças, e isso seria direito de qualquer deputado. "Alguém duvida que existam agressões dos petistas ou de quem perdeu sua boquinha? Isso é do PT", acusou.
Quanto ao fato de estar usando a residência oficial da Presidência, Cunha argumentou que a Câmara teria gastos com o imóvel de qualquer forma, e que ele tem direito a um apartamento funcional. Também disse que usa o seu carro particular para locomoção.
Eduardo Cunha negou que tenha indicado Alexandre de Moraes para o cargo de ministro da Justiça — outra razão do pedido de prisão, pelo fato de Moraes ter sido advogado dele. Cunha afirmou que foi apresentado a Moraes pelo presidente interino da República, Michel Temer.
O presidente afastado da Câmara criticou a menção, no pedido de prisão apresentado por Janot, de entrevista à imprensa em 19 de maio na qual Cunha anuncia que voltaria a frequentar a Câmara.
Eduardo Cunha está afastado do cargo de deputado e de presidente da Câmara por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, desde 5 de maio. O ministro atendeu a pedido feito em 16 de dezembro do ano passado por Rodrigo Janot.
Histórico
Na entrevista desta terça-feira, Cunha fez um histórico da sua trajetória política e se defendeu das acusações contra ele. E lembrou que a bancada do PMDB ficou dividida quanto ao apoio ao governo de Dilma Rousseff. Segundo ele, o PMDB se sentia excluído de decisões do governo do PT. Cunha lembrou que ganhou em primeiro turno a eleição para a Presidência da Câmara.
Eduardo Cunha afirmou que está absolutamente convicto de não ter mentido à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em 2015, ao dizer que não tinha conta no exterior. Ele ressaltou que compareceu à CPI para prestar esclarecimentos de forma espontânea, ao contrário de outros políticos.
Cunha fez um balanço da sua gestão na Presidência da Câmara, iniciada em fevereiro de 2015. Ele disse ter conduzido a votação de várias propostas de interesse do governo, inclusive as do ajuste fiscal. E citou realizações como o reforço à independência da Casa, corte de gastos, discussão da reforma política e aprovação dos projetos da terceirização e da redução da maioridade penal.
Da Redação