Política e Administração Pública

Goldman diz que sindicância foi água com açúcar

20/05/2004 - 19:36  

O resultado da sindicância realizada na Assessoria Parlamentar da Presidência da República no caso Waldomiro Diniz foi considerado "água com açúcar" pelo deputado Alberto Goldman (PSDB-SP). Autor do requerimento para a realização da audiência pública com o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, o deputado não ficou satisfeito com as respostas obtidas. O ministro veio à Câmara falar sobre os procedimentos da sindicância feita pelo Palácio do Planalto, que concluiu que o ex-assessor parlamentar Waldomiro Diniz incorreu em crime de improbidade administrativa.
A sindicância concluiu que Waldomiro enriqueceu ilicitamente no Governo, mas, para Goldman, ela foi incompleta porque não ouviu o próprio Waldomiro nem o ministro da Casa Civil, José Dirceu, seu chefe imediato. O deputado sugeriu que, "a bem do serviço público", Aldo Rebelo reabra a comissão de sindicância para ouvir Dirceu. No entanto, Rebelo disse que o trabalho realizado foi sério e adiantou que não pretende interferir. "A comissão foi criada para investigar o ex-servidor Waldomiro Diniz e não o ministro José Dirceu", afirmou.
Waldomiro foi filmado cobrando propina do bicheiro Carlos Ramos - o Carlinhos Cachoeira - para si e para campanhas eleitorais do PT aos governos do Rio de Janeiro e do Distrito Federal.

Liberdade garantida
O ministro Aldo Rebelo defendeu e elogiou o trabalho da comissão de sindicância que, segundo ele, agiu dentro dos limites da lei. Em 30 dias, foram ouvidas 24 pessoas, sendo que 17 são servidores públicos. A liberdade para investigar as denúncias foi garantida, segundo o ministro, pelo pouco contato que ele manteve com os membros da comissão. Foram apenas dois: o primeiro, na instalação da comissão, e o último, na entrega do relatório.
Aldo Rebelo enfatizou que em nenhum momento interferiu no trabalho da comissão. "Não pedi à comissão de sindicância para ouvir ou deixar de ouvir o ministro José Dirceu. Creio que a comissão de sindicância não tenha encontrado uma relação entre a atividade do Waldomiro e a função do ministro", declarou. Rebelo disse mais uma vez que o Governo não agiu para barrar a CPI do caso Waldomiro e que tomou todas as providências para investigar o caso.
O relatório da comissão de sindicância do Governo já foi encaminhado para a Advocacia Geral da União, que vai abrir processo contra Waldomiro Diniz por improbidade administrativa. Segundo Rebelo, o relatório também foi encaminhado para o Ministério Público, o Senado, a Câmara, a Polícia Federal e a Presidência da República.

Reportagem - Adriana Romeo
Edição - Ana Felícia

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