Política e Administração Pública

Sessão tem tumulto após microfone cortado e horas de obstrução de PT e Psol

23/05/2016 - 23:15   •   Atualizado em 24/05/2016 - 01:36

A sessão do Plenário desta segunda-feira (23) teve obstrução do PT e do Psol, o que atrasou em 4 horas o início da votação da Medida Provisória 708/15, que federaliza trechos de rodovias em 15 estados.

O processo de obstrução foi conduzido para marcar posição contra o governo interino de Michel Temer e a divulgação de diálogos entre o ministro do Planejamento, Romero Jucá, e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, em que um suposto acordo para conter a Operação Lava Jato teria sido discutido.

“O Brasil ficou estarrecido com as conversas que revelam um esquema criminoso por trás dos votos do impeachment. Por isso, fica difícil tratar de outros temas”, disse o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).

Lava Jato
O líder do Psol, deputado Ivan Valente (SP), também defendeu a obstrução. “O Psol não quer que se votem as questões aqui antes que se discuta o que ocorreu hoje. Parece que aqui tem uma paz dos cemitérios. O grande ministro forte já se afastou do governo pelas gravações mostrando que ele obstruía a Operação Lava Jato, já que era denunciado por corrupção. O Psol quer fazer oposição a isso”, disse.

A atitude foi criticada pelo líder do governo, deputado Andre Moura (PSC-SE). “Estranhamente agora, o PT, de forma incoerente, obstrui uma medida provisória que nasceu no governo Dilma”, criticou.

Já o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) minimizou as críticas de petistas em relação às gravações de Jucá. “Quem tentou impedir a Lava Jato de andar foi o ex-presidente Lula e o PT, inclusive convocando os seus seguidores a constranger o juiz Moro. Michel Temer manteve o diretor-geral da Polícia Federal”, afimou.

Tumulto
O clima esquentou depois que o presidente da sessão, deputado Giacobo (PR-PR), cortou o microfone do deputado Edmilson Rodrigues (Psol-PA) porque ele não soube responder se discutia a favor ou contra a MP 708/15 e usava o tempo para marcar posição contra o governo Temer.

Ao corte do microfone seguiu-se gritaria em Plenário e Edmilson chegou a pular da tribuna até a Mesa Diretora para reivindicar o seu tempo de fala.

Giacobo decidiu, então, devolver ao parlamentar do Psol o direito de falar. “Não entendi a posição do presidente da Mesa e não vamos aceitar”, criticou Edmilson.

Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Pierre Triboli

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.


Sua opinião sobre: MPV 708/2015

Íntegra da proposta