Julio Lopes: PP propôs a Maranhão renúncia ao cargo na Mesa
Segundo Lopes, decisão deve ser anunciada na quarta-feira, às 10 horas. Reunião da Executiva do partido que havia sido prevista para hoje foi cancelada
10/05/2016 - 14:38
O deputado Julio Lopes (PP-RJ) afirmou nesta terça-feira (10) que o PP propôs ao presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), que, caso ele renuncie ao cargo na Mesa Diretora, o partido poderá preservar a sua filiação partidária e o seu mandato. Segundo Lopes, a informação já foi repassada a Maranhão, que teria ficado de avaliar até esta quarta-feira (11) se aceita ou não a proposta. A decisão do PP deve ser anunciada em uma reunião da bancada marcada para as 10 horas da quarta-feira.
Com isso, está cancelada a reunião da executiva nacional do partido que havia sido marcada para esta terça-feira (10), às 17 horas, quando seria discutido o assunto.
Na manhã desta terça-feira, houve reunião da bancada do PP. O líder do PP, deputado Aguinaldo Ribeiro (PB), disse que a bancada decidiu encaminhar o assunto para a executiva nacional do partido, para que ela delibere sobre o eventual processo de expulsão. “A bancada não tem a previsibilidade regimental de tratar da filiação partidária do parlamentar. Ela pode solicitar à executiva que trate do assunto”, explicou Ribeiro.
Outra proposta, segundo ele, é uma possível saída negociada com o parlamentar para que se possa encontrar uma saída — a própria renúncia —, e o partido preencheria o cargo do parlamentar na Mesa em uma nova eleição, como prevê o Regimento Interno da Câmara.
No exercício da Presidência da Câmara, Waldir Maranhão anulou na segunda-feira (9) a sessão do Plenário que admitiu, no último dia 17, o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Maranhão argumentou que os partidos não poderiam ter orientado a votação; que os deputados não poderiam ter anunciado os seus votos previamente; e que a defesa da presidente não poderia ter deixado de falar por último antes da votação do impeachment. Maranhão explicou que o objetivo da medida era sanar vícios do processo de impeachment que, no futuro, seriam insanáveis. Ele, porém, recuou da decisão no fim da noite da segunda-feira.
Reportagem - Luiz Gustavo Xavier e Noéli Nobre
Edição - Luciana Cesar