Cunha: bancada do PMDB escolheu a forma como quer ser conduzida
17/02/2016 - 20:14

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, disse nesta quarta-feira (17) que a recondução do deputado Leonardo Picciani (RJ) ao cargo de líder do PMDB não representa vitória nem derrota do governo ou da oposição, e sim a escolha, por parte da bancada, da forma como ela quer ser conduzida. Picciani foi eleito com 37 votos contra 30 do deputado Hugo Motta (PB) e duas abstenções.
“A bancada do PMDB decidiu, na sua maioria, como ela quer ser conduzida”, ressaltou Cunha, em entrevista coletiva no Salão Verde logo após o anúncio da vitória de Picciani. Ao comentar as divergências internas do partido, acirradas nos últimos meses, Cunha avaliou que a reunificação da bancada vai depender da forma como Picciani irá trabalhar de agora em diante: “Se ele não tivesse conduzido de forma equivocada, não teria dado no que deu. E, se ele convenceu mais deputados do PMDB de que vai ter um comportamento diferente, pode ser que mude.”
De acordo com Eduardo Cunha, a eleição do PMDB não tem nada a ver com o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. “O próprio Picciani já declarou publicamente que vai indicar [para a comissão da Câmara encarregada de analisar o impeachment] deputados que representem a bancada como um todo, as correntes do partido”, lembrou.
Segundo o presidente da Câmara, a tentativa de mostrar Picciani como um candidato ligado ao Palácio do Planalto e Hugo Motta como aliado do próprio Cunha foi uma argumentação falsa, “um discurso de campanha para tentar ganhar eleitores”. Ele argumentou que Motta sempre foi mais próximo do governo do que Picciani, pois votou em Dilma e costuma apoiar, na Câmara, as propostas do Executivo.
Permanência no PMDB
Ao ser questionado se teria havido traição de deputados do PMDB a Motta, Cunha respondeu: “Tem que perguntar ao Hugo. Ele é que vinha conversando com os deputados. O candidato era ele, um candidato de personalidade.” O presidente ressaltou que não se sente derrotado, pois não foi candidato. “Eu sou presidente da Casa, não sou líder da bancada. Sou deputado do PMDB, exerci o meu direito de votar e fiquei ao lado do candidato que teve menos votos. Isso é natural na política. Se eu fosse candidato a líder e tivesse perdido, você poderia dizer que eu tive menos votos”, lembrou.
Ele garantiu que continuará no partido. “Por que eu iria sair? Isso vocês inventaram; eu me sinto muito bem no PMDB e pretendo continuar lutando. Eu não estou isolado na bancada, nunca estive.”
Ao ser questionado se teria havido distribuição de cargos no governo para garantir a vitória de Picciani, Cunha comentou: “Não tenho como afirmar qualquer coisa neste momento. Se aconteceu, com o tempo vocês vão saber, vai se tornar público.”
Da Redação/JPJ