Política e Administração Pública

Pedido de afastamento do presidente da Câmara repercute entre líderes partidários

16/12/2015 - 23:14  

Líderes partidários comentaram a decisão da Procuradoria-Geral da República (PGR) de pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (16), o afastamento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, do mandato parlamentar.

O líder do Psol, deputado Chico Alencar (RJ), elogiou a decisão do procurador, Rodrigo Janot. "Desde julho, quando denúncias pesadas na [Operação] Lava Jato começaram a cair sobre o ainda presidente da Câmara, este foi o gesto institucional mais concreto na direção de restaurar a dignidade do Parlamento e da função pública", afirmou.

O líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), lembrou que a decisão da PGR reforça a investigação de Cunha em curso no Conselho de Ética da Câmara. "Esses argumentos devem ser defendidos pelo procurador-geral da República e, ao Supremo, caberá fazer a avaliação jurídica da matéria. No que se refere às responsabilidades do Parlamento, as coisas estão andando aqui, no âmbito do Conselho de Ética", disse.

Para o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), o afastamento de Cunha deve ser imediato, pelo menos em relação à Presidência da Câmara. "Ele perdeu as condições morais de continuar presidindo a Casa. E, se tem este pedido [da PGR], cabe a ele, agora, em uma forma de grandeza, pedir o seu afastamento da Câmara até o seu julgamento final, em favor do Parlamento brasileiro".

Crise política
Vice-líder do PT, o deputado Henrique Fontana (RS), disse que a decisão da PGR ajuda a reduzir a crise política. "Ajuda a normalizar a situação política do País e espero que o Supremo atenda o pedido da PGR. A principal causa da crise política no Brasil hoje chama-se Eduardo Cunha, com todos os desmandos que ele tem cometido como presidente da Casa", afirmou Fontana.

Em entrevista nesta quarta-feira, o presidente da Câmara afirmou que, ao pedir seu afastamento, o procurador-geral quis criar um fato político para colocá-lo novamente no centro das atenções da mídia e desviar o foco da sessão do Supremo sobre regras relacionadas ao pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Pierre Triboli

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