CPI da Funai recebe documentos de investigação sobre Conselho Indigenista Missionário
Documentos foram entregues por presidente de CPI instalada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul para investigar conselho
03/12/2015 - 17:29

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a atuação da Funai e do Incra em demarcações de terra, recebeu nesta quarta-feira (2) documentos da CPI que investiga o Cimi (Conselho Indigenista Missionário - vinculado à igreja católica) na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul (MS).
A comissão sul-mato-grossense foi criada a partir de denúncias de que o conselho teria financiado e incitado invasões de propriedades particulares por indígenas no estado.
O presidente da CPI da Câmara, deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), recebeu a documentação da deputada estadual Mara Caseiro, que preside a comissão de inquérito daquele estado. Moreira avalia que há várias formas de influência na demarcação de terras indígenas: do Cimi, por parte da igreja e pela Funai. “Esse crime é de laboratório e feito a muitas mãos", avalia.

A sub-relatora sobre o Incra da CPI da Câmara, deputada Tereza Cristina (PSB-MS), aponta a existência de provas de que integrantes do Cimi ligados à Funai teriam instigado conflitos com produtores rurais em todo país.
Críticas
A deputada Érika Kokay (PT-DF), no entanto, criticou a falta de objeto determinado e marco temporal da CPI da Câmara. "Se busca criminalizar a Funai e criminalizar o Incra para que isso sirva de combustível para a PEC 215/00 [proposta que transfere do Executivo para o Congresso o poder de demarcar terras], porque esse é o objetivo: impedir a demarcação de terras indígenas e quilombolas, e não transferir para o Legislativo".
Em nota, o Cimi afirma que a investigação da CPI da Assembleia do Mato Grosso do Sul "faz parte da estratégia de ataques ruralistas aos povos indígenas e seus aliados".
Reportagem - Geórgia Moraes
Edição – Luciana Cesar