Oposição pede maior prazo de funcionamento para CPI do BNDES
03/12/2015 - 13:17
Vários deputados da oposição criticaram a prorrogação de 15 dias nos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES, aprovada na quarta-feira (2) pelo Plenário da Câmara. O novo prazo foi considerado pequeno, sobretudo quando comparado às prorrogações de 60 dias aprovadas para as CPIs dos Fundos de Pensão e dos Crimes Cibernéticos, também aprovadas ontem. Deputados – como Betinho Gomes (PSDB-CE), Miguel Haddad (PSDB-SP) e Arnaldo Jordy (PPS-PA) – lembraram que o requerimento de prorrogação por 15 dias é assinado basicamente por líderes governistas, que, segundo eles, não estariam interessados na continuação das investigações.
O presidente da CPI, deputado Marcos Rotta (PMDB-AM), confirmou a intenção de, ainda hoje, protocolar um requerimento para o funcionamento do colegiado por mais 60 dias. "É uma investigação técnica que precisa de mais tempo para encerrar os trabalhos", argumenta Rotta. Já o deputado Davidson Magalhães (PC do B-BA) defendeu os 15 dias de prorrogação sob o argumento de que as supostas irregularidades no BNDES que levaram à criação da CPI “não estão se confirmando”.
Barusco
Amparado por um habeas-corpus do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-gerente de serviços da Petrobras, Pedro Barusco, prestou depoimento à CPI, encerrado há pouco, sem apresentar novidades sobre a participação do BNDES no financiamento da empresa Sete Brasil, responsável pelo fornecimento de navios-sondas para a exploração do petróleo do pré-sal. Um dos delatores da Operação Lava-Jato, Barusco foi diretor de operações da empresa.
Ele admitiu que o BNDES era “preponderante” para a viabilização da Sete Brasil, mas frisou que os assuntos financeiros da empresa ficaram a cargo de seu ex-presidente, João Ferraz. Negou ainda saber se houve ou não ingerência política na busca dos empréstimos que viabilizaram a constituição da Sete Brasil. Houve bate-boca entre Barusco e seu advogado com o deputado João Gualberto (PSDB-BA). “Não vou fazer parte desse circo. A população quer saber quem foi o grande beneficiário das irregularidades e este senhor não vai dizer”, reclamou o deputado.
Reportagem - José Carlos Oliveira
Edição - Luciana Cesar