Política e Administração Pública

CPI do BNDES encerra reunião com José Carlos Bumlai

01/12/2015 - 17:53  

Acabou há pouco, depois de quase três horas, o depoimento do pecuarista José Carlos Bumlai à CPI do BNDES. Ele não respondeu qualquer pergunta dos deputados, mas, ao fazer suas considerações finais, afirmou que vai provar sua inocência, defendeu sua trajetória profissional e disse que não pode ser conhecido apenas como “o amigo do Lula”.

“Erraram até o meu nome. Eu me chamo José Carlos e não “amigo de Lula””, disse.

Bumlai alegou que não respondeu as perguntas porque está na condição de investigado. “Na semana passada eu vim aqui, como testemunha, disposto a responder todas as perguntas, mesmo tendo sido proibido por recomendação médica”, acrescentou.

O pecuarista foi criticado por vários deputados. “Foi uma frustração a participação do senhor nesta CPI e vou solicitar ao juiz Sérgio Moro o compartilhamento do seu depoimento à Justiça”, disse o deputado Marcos Rotta (PMDB-AM), presidente da CPI.

Acusações
Bumlai está preso em Curitiba, acusado de obter propina por intermediar contratos de empresas junto à Petrobras.

Segundo o Ministério Público, o empresário obteve vantagens do banco Schahin em troca de um contrato de fornecimento de navio sonda para a Petrobras por uma das empresas do grupo. De acordo com a suspeita, o banco teria perdoado uma dívida de R$ 21 milhões de Bumlai depois da operação, dinheiro que teria beneficiado também o PT.

O depoimento começou às 14h50, mas Bumlai, amparado por um habeas corpus concedido pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, se limitou a dizer que não iria responder.

Nem mesmo a menção aos filhos dele, levados pela Polícia Federal a depor há uma semana, quando foi preso, fez o pecuarista responder as perguntas. “O senhor gostaria que os nomes dos seus filhos estejam no relatório final da CPI?”, perguntou o deputado Alexandre Baldy (PSDB-GO). “Vou ficar calado, deputado”, respondeu Bumlai.

“As suas declarações são um deboche”, disse o deputado Jorge Boeira (PP-SC).

Reportagem - Antonio Vital
Edição - Mônica Thaty

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