Meio ambiente e energia

É preciso cobrar plano de recuperação do ecossistema, diz governador mineiro

Deputados estão em Minas Gerais acompanhando os desdobramentos do desastre ambiental em Mariana causado pelo rompimento de barragem na semana passada

16/11/2015 - 14:34   •   Atualizado em 16/11/2015 - 21:42

A comissão externa formada por 17 deputados federais para acompanhar as consequências do desastre ambiental em Mariana chegou na manhã desta segunda-feira (16) a Belo Horizonte e se reuniu primeiro com a comissão de deputados estaduais que tem o mesmo objetivo e depois com o governo de Minas Gerais, Fernando Pimentel.

Guilherme Bergamini/Assembleia Legislativa de Minas Gerais
Meio Ambiente - Comissão externa que acompanha vazamento em Mariana (MG)
Deputados federais e estaduais discutem as consequências do desastre ambiental em Mariana na Assembléia de MG

O governador disse às comissões e à TV e à Rádio Câmara que não só é preciso cobrar multas das empresas responsáveis pelas barragens, mas também cobrar delas um plano de recuperação para os próximos cinco ou dez anos de todo o ecossistema destruído pela lama e pelos rejeitos químicos provenientes do rompimento das barragens. “Esse foi um desastre de proporções mundiais”, enfatizou. Fernando Pimentel também informou que o Rio Doce e seus afluentes estão altamente comprometidos.

O presidente da comissão externa, deputado Sarney Filho (PV-MA), disse ao governador e aos demais deputados que a multa estabelecida até agora de R$ 250 milhões para as empresas precisa ser muito maior. Segundo Sarney Filho, a empresa British Petroleum pagou U$ 20,7 bilhões pelo vazamento de óleo no Golfo do México em 2010.

O deputado Mário Heringer (PDT-MG) defendeu que se criminalize os auditores que, segundo Pimentel, fazem vistorias todos os anos nas mais de 40 barragens mineiras e as entregam ao governo do estado.

A comissão externa da Câmara estuda fazer mudanças no Marco Regulatório da Mineração, que está sendo analisado na Casa, e na Lei de Segurança de Barragens.

Destruição
Os deputados seguiram para Mariana em microônibus. Em Bento Rodrigues, distrito a 25 km de Mariana, a comissão viu de perto toda a devastação causada pelo desastre. Ao lado de uma cratera gigante, esqueletos de casas, um carro ilhado em cima de um monte, árvores isoladas altíssimas, que dão uma ideia de quantas outras foram engolidas pela lama cheia de ferro e silício. Nas casas abandonadas, todos os móveis ficaram para trás, uma cidade fantasma, com cheiro de morte e animais famintos.

Um outro grupo de parlamentares segue para o Espírito Santos e para Governador Valadares.

Reportagem – Mariana Monteiro, enviada especial
Edição – Luciana Cesar

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