Sandro Alex será relator de processo contra Chico Alencar no Conselho de Ética
12/11/2015 - 13:24 • Atualizado em 12/11/2015 - 17:59
O deputado Sandro Alex (PPS-PR) será o relator do processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar contra o líder do Psol, deputado Chico Alencar (RJ). Alex afirmou que vai receber a documentação na próxima segunda-feira (16) e apresentar o parecer preliminar dentro de 10 dias úteis. “Pelo que acompanho, são denúncias que dizem respeito à Justiça Eleitoral e ao Ministério Público, então vou procurar esses órgãos para fundamentar minha decisão”, disse o relator.

O presidente do conselho, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), afirmou que a escolha de Sandro Alex, a partir de lista tríplice sorteada na quarta-feira (11), se deu porque o parlamentar é isento.
O pedido de cassação de Alencar foi apresentado pelo Solidariedade sob os argumentos de suposto uso de notas frias para comprovar gastos da sua cota parlamentar e de suposta irregularidade em doações à sua campanha eleitoral.
Defesa antecipada
Chico Alencar antecipou a sua defesa no conselho para, segundo ele, mostrar a correção das doações e o arquivamento do procedimento do Ministério Público que investigou o uso das notas.
Alencar disse ter detectado, na representação do Solidariedade, "Vinte e cinco mentiras, falsidades, afirmações enganosas e impropriedades". Ele afirmou ter orgulho da colaboração de sete servidores do seu gabinete, que fizeram doações voluntárias, dentro dos limites permitidos pela Justiça Eleitoral.
De acordo com Alencar, a representação contra ele não passa de tentativa de vingança diante do processo de cassação que o Psol e a Rede Sustentabilidade movem contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, com base em supostas contas secretas na Suíça e em delações da Operação Lava Jato.
Jean Wyllys
O presidente do conselho também recebeu representação contra o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) por suposta quebra de decoro parlamentar apresentado pelo PSD, a pedido do deputado João Rodrigues (PSD-SC). Araújo informou que dará prosseguimento ao processo e que a escolha do relator deverá ser feita na próxima semana.
Rodrigues alega ter sido ofendido por Wyllys durante a sessão do Plenário da Câmara no último dia 28. “Temos que acabar com esta palhaçada na Câmara; isto aqui não pode ser um circo, onde todo o mundo sobe na tribuna, acusa levianamente um parlamentar e depois se cai no esquecimento. Precisamos moralizar a Câmara”, disse João Rodrigues. A assessoria do deputado Jean Wyllys informou que ele se manifestará sobre o assunto na próxima semana, depois de avaliar o caso.
Questionado pela imprensa se a quantidade de novos processos no conselho é uma forma de tumultuar o colegiado em razão da representação contra o presidente Eduardo Cunha, o deputado José Carlos Araújo afirmou que sua obrigação é receber tudo o que for apresentado no conselho. “Agora, cada um pode pensar o que quiser”, disse Araújo. O deputado João Rodrigues, por sua vez, afirmou que não tem relação com o presidente Cunha e que o processo pedido por ele diz respeito apenas ao problema que teve com Jean Wyllys.
Reportagem - Luiz Gustavo Xavier
Edição - Adriana Resende