Política e Administração Pública

Empresário nega ter pagado propina a dirigentes do fundo de pensão da Petrobras

03/11/2015 - 16:27  

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O empresário Claudio Augusto Mente negou há pouco, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão, ter pagado propina a dirigentes do Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras. A acusação foi feita na semana passada na CPI pelo advogado Carlos Alberto Pereira da Costa. “Nunca tive contato com nenhum diretor ou dirigente da Petros. O senhor Carlos Costa fez um depoimento mentiroso. Ele faltou com a verdade”, rebateu Mente. O empresário se dispôs a participar de uma acareação com Costa e a abrir seus sigilos fiscal, bancário e telefônico.

Ele informou que nos últimos 12 anos nunca teve qualquer relação com fundos de pensão. Mente explicou que participou da estruturação financeira de fundos de pensão entre 1986 e 1997.

De acordo com Carlos Costa, teriam sido pagos R$ 3 milhões em propina a dirigentes do Petros em troca da compra, pelo fundo, de R$ 13 milhões em créditos da Indústria de Metais do Vale (IMV).

Tesoureiro de partido

Cláudio Augusto Mente confirmou ser amigo pessoal do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, a quem fez um empréstimo, “por amizade”, de R$ 400 mil em 2008 — pago pela esposa de Vacari um ano depois. Segundo Mente, eles se encontravam apenas para almoçar e tinham uma relação de amizade. “Nunca me envolvi em negócios com ele”, alegou.

Ele negou ter qualquer relação com dirigentes do PT ou ter feito qualquer doação ao partido.

Na semana passada, Carlos Costa relatou ter visto o ex-tesoureiro do PT algumas vezes na empresa de Cláudio Mente, a CSA, para tratar da Petros. Mente explicou que conheceu Vaccari para analisar o fundo Bancoop e, a partir daí, se tornaram amigos.

Ele também confirmou ter sido amigo pessoal do deputado José Janene (falecido em 2010) e negou ter tido qualquer relação de negócios com o doleiro Alberto Youssef, com quem tinha apenas uma “relação social”.

Em depoimento à CPI dos Fundos de Pensão na semana passada, o doleiro Youssef negou ter conhecimento de pagamento de propina com recursos da Petros. Ele negou, ainda, que tivesse relação com a CSA. Youssef disse que só ficou sabendo da negociação envolvendo a Petros, a CSA e a IMV muito depois de ela ter ocorrido.

A CPI está reunida no Plenário 3.

Mais informações a seguir.

Reportagem – Luiz Gustavo Xavier
Edição – João Pitella Junior

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