Perito afirma que dados trocados no WhatsApp não podem ser acessados
15/09/2015 - 18:10
O presidente da Associação Brasileira de Criminalística, Bruno Telles, disse há pouco que o anonimato, a escala e a agilidade estão ao alcance de todos. "Você pode montar uma rede de pedofilia pelo WhatsApp, onde os dados são criptografados de ponta a ponta." Ele participa de audiência pública da CPI de Crimes Cibernéticos, que ocorre no plenário 11.
Telles lembrou que se o hardware usado for um iPhone 6s, por exemplo, não há perito que consiga quebrar o sistema de segurança. "A internet livre é o maior estratagema para cometer crimes hoje", concluiu.
A Polícia Federal suspeita, segundo ele, que a maior rede de pedofilia hoje está no WhatsApp. Bruno Telles afirmou que não há como identificar usuários e seu respectivo tráfego de informação sem a colaboração dos provedores de serviço."Se não houver essa colaboração vamos pegar só os pequenos e não os que abastecem essa indústria", disse.
Ele fez um apelo para o fortalecimento da perícia e disse que é preciso haver um perito para cada novo lançamento de celular para investigar as vulnerabilidades do aparelho.
André Abreu Magalhães, perito da Polícia Federal, sugeriu que acordos internacionais prevejam o cumprimento por empresas estrangeiras, como Facebook e Google, da legislação brasileira. Ele citou o exemplo de um caso de homicídio em que o Facebook se negou a quebrar o sigilo do assassino. "Uma diligência da CPI a essas empresas teria impacto muito positivo", sugeriu.
Outra sugestão do perito é que o Brasil tenha uma agência reguladora de software, como a Anatel para as telecomunicações, que fiscalize o uso de aplicativos, como o Secret que encobre criminosos. "Anonimato é inadmissível nos tempos de hoje", enfatizou.
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Reportagem - Geórgia Moraes
Edição - Adriana Resende