Educação, cultura e esportes

Jornada ampliada é vista com cautela por debatedores

07/07/2015 - 15:28  

Os participantes do seminário sobre ensino médio, promovido pela Comissão de Educação, falaram com cautela da jornada integral nas escolas de ensino médio — outro ponto previsto no Projeto de Lei 6840/13. “Não é só aumentar o tempo, mas planejar a oferta”, disse do presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Eduardo Deschamps.

Gabriela Korossy / Câmara dos Deputados
Seminário
Palestrantes defendem ensino médio mais próximo da realidade do jovem e adequado às diferenças regionais

Já o superintendente de Ensino Médio da Secretaria de Educação de Goiás, Wisley João Pereira, observou que também a jornada ampliada deve atender às necessidades de cada unidade da federação. “Em Goiás, há unidades com jornada ampliada, mas a maioria dos alunos sai porque precisa trabalhar”.

Professores
Os debatedores chamaram atenção ainda para outros problemas que afetam a educação, como a formação de professores, despreparados para lidar com as novas gerações. Eles apontaram ainda a falta de docentes, o que dificulta a ampliação da jornada escolar.

“Faltam 32 mil professores com formação específica no Brasil inteiro. Física e Química são as disciplinas que mais sofrem. Ao mesmo tempo, há 61 mil professores fora de sala de aula, não incluídos aí os motivos de doença”, disse o secretário de Controle Externo de Educação, Cultura e Desporto do Tribunal de Contas da União (TCU), Ismar Barbosa Cruz, ao citar dados de auditoria feita pelo órgão em 2013.

Modernização
Foi consensual, no seminário, a defesa de um ensino médio mais próximo da vida dos jovens brasileiros e adequado às diferenças regionais.

A presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Bárbara Melo, disse que é importante haver maior conexão entre as matérias e absorção de novas tecnologias. Ainda sobre o currículo, Bárbara salientou a importância de disciplinas como Sociologia e Filosofia.

Ela também criticou o ensino passivo, no qual o papel do aluno é unicamente o de absorver as informações transmitidas pelo professor. Bárbara também ressaltou como aspecto negativo o horário de entrada nas aulas, por volta das 7 horas em todo o País, que é desestimulante para os alunos.

Reportagem - Noéli Nobre
Edição - Patricia Roedel

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