Política e Administração Pública

Acusações a Baiano foram feitas por diversos investigados na Lava Jato

14/04/2015 - 19:50  

O empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, é acusado, junto com o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, de atuar a mando no PMDB na estatal. Eles negam, assim como o partido. Baiano é mencionado nos depoimentos do doleiro Alberto Youssef, que o acusou de intermediar o pagamento de propinas entre as empresas contratadas pela Petrobras e diretores e funcionários da empresa. O mesmo disse o ex-diretor Paulo Roberto Costa.

Baiano também aparece no depoimento do empresário Júlio Camargo, da empresa Toyo Setal. Camargo afirmou em depoimento do Ministério Público Federal que, em 2005, atuou como agente de uma empresa sul-coreana para oferecer à Petrobras sondas de perfuração que seriam usadas na África e no Golfo do México. Para fechar o negócio, ele teria aceitado pagar propina de US$ 15 milhões (correspondentes a R$ 39 milhões) a Baiano.

Ele disse que procurou Baiano porque sabia de seu "bom relacionamento" com a área internacional da Petrobras, à época comandada por Nestor Cerveró. De acordo com o executivo, o dinheiro do suborno saiu dos US$ 20 milhões que ele recebeu de comissão de comissão para intermediar o negócio. Camargo disse que, no total, pagou US$ 40 milhões em propina.

Paulo Roberto Costa falou de Fernando Baiano ao detalhar, em depoimento, acusações à empreiteira Andrade Gutierrez, uma das empresas acusadas de formação de cartel. Segundo Costa, os valores foram "cobrados e geridos" por Baiano. O delator afirmou que o empresário passou a cobrar o dinheiro à Andrade Gutierrez a partir de 2008 ou 2009, no lugar do doleiro Alberto Youssef.

Costa disse ainda, em depoimento à Polícia Federal, que recebeu 1,5 milhão de dólares de Baiano para “não atrapalhar” a compra da refinaria. O dinheiro, segundo ele, foi depositado no exterior.

Reportagem – Antonio Vital
Edição – Marcos Rossi

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