Política e Administração Pública

Barusco diz que Vaccari pediu propina elevada à SeteBrasil, mas repasse foi reduzido

10/03/2015 - 18:43  

Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Oitiva com Pedro José Barusco Filho, ex-gerente da Petrobras e delator da Operação Lava Jato, da Polícia Federal
Barusco (C) disse que saiu da Petrobras para ser diretor da SeteBrasil, consituída com recurso do BNDES e fundos de pensão.

O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco detalhou à CPI da Petrobras o processo de constituição da empresa SeteBrasil, que geriu contratos no valor de US$ 22 bilhões com a Petrobras para a construção de sondas de perfuração em 2011.

Ele disse ter saído da Petrobras para virar diretor desta empresa, privada, mas constituída com recursos públicos – do BNDES e fundos de pensão. Ele confirmou que o tesoureiro do PT, João Vaccari pediu uma propina de valor muito elevado e que o repasse acabou reduzido em 0,1%.

Nos depoimentos judiciais, ratificados por ele no depoimento à CPI nesta terça-feira, Barusco afirmou que a propina era distribuída da seguinte maneira: 2/3 para Vaccari e 1/3 para a “Casa” – ou seja, para os diretores da Setebrasil: Barusco, João Carlos de Medeiros Ferraz (presidente da Setebrasil) e Eduardo Musa (diretor de Participações).

A propina destinada a Vaccari, de acordo com os depoimentos que prestou à Justiça, tinha origem nos contratos firmados entre a Setebrasil e os estaleiros Atlântico Sul, Enseada do Paraguaçu, Rio Grande e Kepel Fels. A propina destinada à “Casa” tinha origem nos contratos firmados entre a Setebrasil e os estaleiros Kepel Fels e Jurong.

Reportagem - Antônio Vital
Edição - Newton Araújo

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