Líder do PHS diz que partido vai garantir governabilidade, mas com independência
05/02/2015 - 17:47 • Atualizado em 13/02/2015 - 17:05

Marcelo Aro: PHS debaterá os grandes temas nacionais, como a crise econômica atual.
O líder do PHS, deputado Marcelo Aro (MG), disse que o partido vai atuar com independência em relação ao Executivo, mas não pretende impedir a governabilidade da presidente Dilma Rousseff. “Não somos uma base cega, mas também não temos aqui o desejo de ser oposição ferrenha, acreditando que tudo esteja errado”, afirmou o deputado, em entrevista à TV Câmara. O PHS tem cinco deputados e compõe o bloco liderado pelo PMDB.
Marcelo Aro tem 27 anos e está no primeiro mandato como deputado federal. É um dos deputados mais novos a assumir liderança partidária. Antes, era vereador em Belo Horizonte. Também foi diretor da Federação Mineira de Futebol.
O líder do PHS revelou o desejo de que o seu partido, apesar de pequeno, tenha papel de protagonista na discussão de grandes temas nacionais, como a crise hídrica, os apagões e a crise econômica atual. Sobre o ajuste fiscal, ele esclareceu que o partido só vai votar a favor de medidas que não tenham grande impacto no bolso da população brasileira.
Leia abaixo a entrevista concedida pelo parlamentar à TV Câmara.
Quais as prioridades do partido para a o ano de 2015?
Teremos a discussão de temas importantíssimos neste ano. Vem aí o debate sobre a crise hídrica e a crise energética [a Câmara vai realizar comissão geral sobre o tema], e o PHS quer ser protagonista neste debate. Nós temos ainda a crise econômica e queremos contribuir para que o País saia da situação atual. Por fim, há o debate da reforma política, que também é do interesse do nosso partido. O PHS quer ser protagonista no debate desses temas.
Como vai ficar a relação do PHS com a Presidência da República?
Será uma relação saudável e de respeito, como deve ser a relação entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo. Estaremos prontos para colaborar com o Executivo quando eles enviarem projetos saudáveis para a população brasileira. No entanto, quando eles enviarem projetos que sejam, na nossa avaliação, maléficos para a população, votaremos contra. Não somos uma base cega, mas também não temos aqui o desejo de ser oposição ferrenha, acreditando que tudo esteja errado. Vamos debater tema a tema.
Seria uma espécie de atuação independente?
Sim, o PHS sempre defendeu uma atuação independente. Esse é o meu grande desejo como líder do partido. Só que uma postura independente não pode ser interpretada como uma atitude de oposição. Ela é bem diferente da atitude da oposição. A oposição acha que o governo está sempre errado, enquanto a situação acha que o governo está sempre certo. Nós não somos um, nem outro. Vamos analisar projeto a projeto.
O Executivo avisou que pretende fazer cortes de gastos e ajustes fiscais. Como o partido vai se posicionar nessas questões?
Diante da crise econômica, não há dúvida de que realmente faltará dinheiro ao País. Precisamos trabalhar politicamente para influenciar o menos possível essas questões econômicas. O mercado deve, livremente, se reerguer.
No entanto, se vai haver corte de dinheiro público, temos de discutir qual será o corte e quem será afetado. Temos um princípio de que o primeiro corte deve atingir o que não faz diferença para o cidadão ou faz pouca diferença. No momento oportuno, vamos debater esses cortes, e certamente instruiremos a bancada a votar naquilo que for menos prejudicial ao povo brasileiro.
Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Pierre Triboli