Política e Administração Pública

Líder do governo pretende unificar a base para aprovar medidas de ajuste fiscal

05/02/2015 - 16:43  

Luis Macedo
Dep. José Guimarães
José Guimarães: "Parlamento é a arte do diálogo".

O novo líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), assumiu o cargo nesta semana com a tarefa de reunificar a base aliada depois da divisão ocorrida durante a eleição da Presidência da Câmara, em que PT e PMDB ficaram em lados opostos. A mudança no clima da base, segundo ele, será feita com muita conversa. “O Parlamento é a arte do diálogo”, disse Guimarães à TV Câmara.

O apoio dos partidos governistas será crucial para aprovar medidas impopulares enviadas ao Congresso como ferramentas para o ajuste das contas públicas: a revisão das regras para pensão por morte (MP 664/14); mudanças na concessão de seguro desemprego e abono salarial (665/14); e aumento de impostos (MP 668/15).

O novo líder mantém o tom otimista quanto à aprovação das reformas. “Não acredito que a Câmara faltará ao governo nas decisões importantes para manter a economia brasileira no equilíbrio e para a retomada do crescimento no curtíssimo prazo”, disse.

Bacharel em Direito, José Guimarães tem 55 anos e está no terceiro mandato como deputado federal. Já foi líder do PT entre dezembro de 2012 e fevereiro de 2014. Neste período, negociou uma das batalhas mais duras do Planalto. Trata-se da votação da MP dos Portos, em maio de 2013, quando deputados viraram a noite em Plenário para aprovar a tempo o marco regulatório que permitiu a participação do empresariado no setor.

Leia abaixo a entrevista concedida pela parlamentar à TV Câmara.

Quais serão os assuntos prioritários do governo em 2015?
Precisamos votar primeiro as medidas provisórias que a presidenta Dilma Rousseff enviou ao Congresso no final do ano passado e que tratam do ajuste fiscal [MPs 664/14 e 665/14].Estamos dialogando com os partidos, com a base e com as centrais sindicais para buscar o melhor entendimento e a melhor maneira de votar essa parte do ajuste.
Ao lado disso, temos a reforma política, que é muito importante. A presidenta tomou iniciativa de enviar à Casa a proposta de realização do plebiscito, mas essa medida não prosperou e nós precisamos retomar esse assunto. O governo tem o maior interesse de dialogar com o Congresso e votar uma ampla reforma política. Se der, com plebiscito, mas vamos dialogando para tentar concluir consenso no dissenso. O importante é bloquearmos o financiamento privado de campanha, ou seja, a proibição da doação de empresas.Temos outros temas, como a consolidação do Plano Nacional de Educação, além daquelas propostas relevantes que vierem para cá.

Como pretende conduzir acordos com os demais parlamentares para que o governo consiga aprovação desses temas?
O Parlamento é a arte do diálogo. Diálogo para a recomposição da base e unificação dos aliados em torno de algumas ideias. Vamos escolher os temas centrais e unificar a base em torno deles.Também é importante dialogar com a oposição. Em qualquer Parlamento do mundo, governo e oposição conversam, de forma respeitosa, sem baixar o nível. É dialogando que nós vamos construindo essa pauta, principalmente com os líderes da base.

Com o cenário econômico ruim e a necessidade de ajuste fiscal, o senhor imagina que 2015 será um ano difícil?
É um ano evidentemente muito difícil porque nós saímos de uma eleição e agora é preciso ajustar as contas. O governo tem enorme responsabilidade com o equilíbrio das contas públicas, com a responsabilidade fiscal e com o Brasil. Não acredito que a Câmara faltará ao governo naquelas decisões importantes para manter a economia brasileira no equilíbrio e para a retomada do crescimento no curtíssimo prazo. Na mensagem encaminhada ao Congresso pela presidenta na reabertura dos trabalhos legislativos, o governo foi muito enfático na manutenção do compromisso com o combate à inflação. Também reafirmou que os ajustes graduais e seguros são necessários para manter o nível de emprego e as conquistas sociais que tivemos nos últimos anos.

Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Marcelo Oliveira

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