Meio ambiente e energia

Comissão geral no Plenário vai debater a crise hídrica e energética no Brasil

04/02/2015 - 10:22   •   Atualizado em 04/02/2015 - 12:37

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Reabertura dos trabalhos da Frente, sobre a grave situação dos recursos hídricos e criação do “Comitê Gestor da Crise da Água no Brasil”. Presidente da Câmara, Eduardo Cunha
Em encontro da Frente Ambientalista, Eduardo Cunha ressaltou a importância do debate na Câmara diante do agravamento da crise hídrica. 

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, afirmou na manhã desta quarta-feira (4) que uma comissão geral para discutir a crise hídrica e energética no País ocorrerá em breve no Plenário. Ele acatou, nesta terça-feira (3), pedido das bancadas do PV e do Psol para realização do debate. A data, porém, ainda não foi definida.

"Sabemos que isso é um problema que está se agravando e é importante que a gente continue esse debate. Essa comissão geral será feita oportunamente em combinação com os parlamentares e os partidos que solicitaram isso", disse.

Eduardo Cunha ressaltou que a crise hídrica é um tema prioritário na Câmara. Ele participou de um café da manhã organizado pela Frente Parlamentar Ambientalista, coordenada pelo deputado Sarney Filho (MA), líder do PV.

“A crise hídrica afeta uma grande parte da população da Região Sudeste neste momento. Há causas que precisam ser debatidas, e essa comissão geral será o primeiro ponto. Nós achamos isso muito relevante e apoiamos imediatamente”, afirmou Cunha.

O requerimento propõe que sejam ouvidos especialistas e autoridades da área e se avance na compreensão de um caminho de enfrentamento da questão. “Essa lamentável situação tem relação direta com aspectos estruturais e conjunturais”, destacou Sarney Filho.

Entre os convidados sugeridos estão representantes da Agência Nacional de Águas (ANA); da Secretaria de Recursos Hídricos de São Paulo (Sabesp); dos ministérios do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia; do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama); do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe); da Rede Brasileira de Organismos de Bacia (Rebob); dos Ministérios Públicos Federal e Estadual; do Tribunal de Contas da União (TCU); e de entidades da sociedade civil.

Frente ambientalista
A Frente Parlamentar Ambientalista aproveitou o evento desta manhã para entregar ao presidente da Câmara sua agenda de trabalhos para este ano. O café da manhã reabriu as atividades da frente, com um debate sobre a atual crise hídrica.

“As mudanças climáticas têm de ser consideradas em todos os projetos de infraestrutura daqui para diante”, disse o climatologista Carlos Nobre, secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

“O regime de chuvas, por exemplo, pode afetar o desempenho das hidrelétricas, então isso deve ser levado em conta”, afirmou ele, que também integra o Painel de Alto Nível Para Sustentabilidade Global da Organização das Nações Unidas (ONU).

A coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, alertou para a necessidade de recuperação das áreas de mata nas bacias hídricas, o que contribui para a sustentabilidade. Segundo ela, a região do Sistema Cantareira, em São Paulo, que passa por grave crise, tem hoje apenas 21,5% da mata nativa.

Reportagem – Luiz Cláudio Canuto e Ralph Machado
Edição – Marcos Rossi
Com informações do Partido Verde

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