Política e Administração Pública

Deputado oposicionista pede indiciamento de Graça Foster

17/12/2014 - 11:25   •   Atualizado em 17/12/2014 - 14:15

O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) apresentou nesta quarta-feira (17) pedido de indiciamento da presidente da Petrobras, Graça Foster, dos dois últimos presidentes da estatal, José Gabrielli (de 2005 a 2012) e José Eduardo Dutra (de 2003 a 2005, e atual diretor de Serviços), e mais seis dirigentes da empresa.

De acordo com Lorenzoni, Graça Foster deve ser indiciada pelos crimes de peculato, corrupção passiva, prevaricação, condescendência criminosa e falso testemunho. Ele também sugere indiciamento de diretores e ex-diretores da Petrobras:
- Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento - preso na Operação Lava Jato;
- José Carlos Cosenza, atual diretor de Abastecimento;
- Nestor Cerveró, ex-diretor da Área Internacional;
- Jorge Zelada, atual diretor da Área Internacional;
- Renato Duque, ex-diretor de Serviços; e
- Pedro José Barusco, ex-gerente da Diretoria de Serviços, responsável pela refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.

O texto é uma complementação do voto em separado, entregue em na última quarta-feira (10) ao relatório do deputado Marco Maia (PT-RS) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga irregularidades na Petrobras.

No texto inicial, Lorenzoni queria incluir no parecer de Marco Maia a recomendação para a saída imediata da atual presidente da estatal, Graça Foster, e a substituição de toda a diretoria da empresa.

O colegiado se reúne hoje, a partir das 14h30, para analisar os textos.

Contundência
O deputado subiu o tom depois da matéria de sexta-feira passada (12) do jornal Valor Econômico, na qual Venina da Fonseca afirma que denunciou à presidente da estatal, Graça Foster, e a outros diretores da empresa que havia ilegalidades em contratos.

“Considerando a contundência das provas apresentadas tanto pela ex-gerente quanto nas delações premiadas, há que se aprovar o indiciamento dos responsáveis pelos desvios”, afirma Lorenzoni.

De acordo com a matéria, Venina da Fonseca advertiu a presidente Graça Foster sobre a multiplicação de aditivos na refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. Apesar dos avisos, segundo o jornal, a direção da empresa não agiu para conter os desvios.

A ex-gerente ficou subordinada, de 2005 a 2009, a Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Após as denúncias, ela chegou a ser transferida para Cingapura, na Ásia, e acabou afastada da estatal em 19 de novembro.

A Petrobras afirmou ontem que Venina da Fonseca só enviou em novembro deste ano, à presidente da estatal e-mail alertando sobre irregularidades na refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, e nas áreas de Comunicação do Abastecimento e à área de comercialização de combustível de navio (bunker).

Relatório paralelo
Esta não deve ser a única proposta alternativa ao relatório de Marco Maia. Oposicionistas do PSDB, DEM, PPS, PSB e Solidariedade estão elaborando outro relatório paralelo, pedindo o indiciamento de pelo menos oito pessoas.

Marco Maia, por sua vez, não pediu o indiciamento de ninguém. Em 900 páginas produzidas após sete meses de investigação, o relator não fez menção a políticos, mas apontou superfaturamento de US$ 4,2 bilhões na Refinaria Abreu e Lima e pediu investigação mais profunda sobre o papel do ex-diretor Nestor Cerveró, que chefiou a área internacional da companhia.

Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Natalia Doederlein

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.