Saúde

No DF, hospital é referência em tratamento de fumantes

90% das pessoas que participam de programa em hospital universitário param de fumar.

21/11/2014 - 15:24  

O surgimento de centros de tratamento da rede pública de saúde foi um grande aliado para quem quer abandonar o vício do cigarro. Criado em 2011, o Programa de Controle do Tabagismo do Hospital Universitário de Brasília (HUB) se tornou referência no Brasil em apenas três anos. Nove em cada dez pessoas tratadas pelo programa conseguem parar de fumar.

Nos demais centros de tratamento do SUS, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), apenas 53% dos fumantes conseguem se livrar da dependência da nicotina.

A médica Eliane Duarte, coordenadora do programa do HUB, afirma que o diferencial da unidade é tratar o paciente desde o primeiro dia, sem limite de sessões. “Diferentemente dos outros programas existentes, o nosso programa sempre está de portas abertas e não tem lista de espera, nem número de sessões mínimo ou máximo para o paciente participar. A gente termina o programa quando o paciente está pronto para terminar”.

Aproximadamente, 50 pessoas participam, semanalmente, do grupo de controle de tabagismo do HUB. Lá os pacientes recebem todos os medicamentos disponibilizados pelo SUS: adesivo, pastilha e chiclete com nicotina, além de antidepressivo. O grupo tem ainda um acompanhamento multidisciplinar, com nutricionistas, odontólogos e educadores físicos.

Terapia de grupo
Mas, de acordo com a coordenadora, a terapia de grupo é a parte fundamental do tratamento. Eliane explica que, muitas vezes, o cigarro é um instrumento que o fumante usa para lidar com situações como o estresse e a solidão. Segundo a médica, a terapia ajuda a desfazer as associações entre o cigarro e essas situações.

O artista plástico e professor da Universidade de Brasília Miguel da Costa, 54 anos, fumou dos 14 aos 51. Já havia tentado parar de fumar, mas como a maioria das pessoas, não conseguiu num primeiro momento. Costa só obteve sucesso quando conheceu o centro do HUB. Ele conta que a maneira firme e determinada com que a coordenadora do programa conduz as reuniões de grupo fez toda a diferença no tratamento, que durou sete meses.

“Eu achei muito legal ter aquele tanto de gente. Pessoas de todos os níveis econômicos, sociais, culturais que você pode imaginar. A conversa que acontecia lá era muito importante”, diz Costa, que voltou a fazer caminhada e a nadar desde que parou de fumar.

No Distrito Federal, existem 72 centros de apoio para fumantes que querem parar de fumar. Em todo o Brasil, são mais de 23 mil equipes de saúde em 4.375 municípios ofertando o serviço na atenção básica.

Reportagem - Lara Silvério
Edição – Daniella Cronemberger

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