Votação do projeto evitou que oposição obstruísse votações
28/10/2014 - 19:46
Os líderes de oposição defenderam nesta terça-feira (28) a obstrução de todas as votações na Câmara dos Deputados até que o Plenário votasse o projeto de decreto legislativo (PDC 1491/14) que susta o decreto presidencial que cria a Política Nacional de Participação Social.
O líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), afirmou que, após a votação do PDC, a oposição está disposta a apreciar temas como a proposta de emenda à Constituição do orçamento impositivo (PEC 358/13), que ainda precisa ser votada em 2º turno; a PEC 555/06, que acaba com a contribuição de inativos, entre outros.
Líder do PPS, o deputado Rubens Bueno (PR) também considerou prioridade a aprovação do projeto que suspende o decreto presidencial dos conselhos populares. O mesmo tom foi adotado pelo líder do PSB, deputado Beto Albuquerque (RS): “Não dá para dar um cheque em branco para esse ou para qualquer governo formar comitês teoricamente de controle popular, sem dizer quem vai escolher as pessoas”.
Petrobras
Mendonça Filho falou ainda sobre os rumos das investigações da CPMI da Petrobras. “Espero que o governo que foi recém-eleito não venha adotar a prática que foi adotada ao longo dos últimos meses de esconder todas as irregularidades e desvios envolvendo a estatal”, declarou.
Ele adiantou que há um entendimento dos partidos de oposição para, no início da próxima legislatura, protocolar um novo pedido de CPMI, a fim de avançar nas apurações em curso.
Reforma política
Por sua vez, Rubens Bueno criticou a proposta da presidente reeleita Dilma Rousseff de propor um plebiscito sobre questões específicas da reforma política.
“É um absurdo. Como você propõe um plebiscito para a população dizer se concorda com o fim das coligações proporcionais? O governo quer enrolar e não dar uma proposta concreta para que o Congresso Nacional discuta e decida”, sustentou.
Próximo governo
Segundo Beto Albuquerque, que foi candidato a vice na chapa de Marina Silva à Presidência da República, o PSB será oposição ao segundo governo Dilma. “Seremos coerentes com o recado das urnas: perdemos a eleição e vamos para oposição. Mas não faremos uma oposição raivosa”, destacou.
Já Mendonça Filho disse que não haverá “lua de mel” com o governo reeleito: “O governo é de continuidade, portanto, a lua de mel foi há quatro anos”.
Reportagem – Luiz Gustavo Xavier
Edição – Marcelo Oliveira