BNDES defende investimento em exportação de serviços de engenharia
02/07/2014 - 17:40

O diretor internacional do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luiz Eduardo Melin, defendeu nesta quarta-feira (2), na Câmara dos Deputados, a necessidade de aumento do financiamento para as exportações de serviços de engenharia. Ele disse que, embora o setor venha apresentando crescentes superavits nos últimos dez anos, é preciso manter esse comércio em níveis altos.
Em audiência pública sobre o tema realizada pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Melin informou que a participação do Brasil no mercado global de serviços de engenharia é de apenas 2,3% – percentual que considerou “extremamente modesto”.
Como alternativa, o diretor apontou a elevação de investimentos via BNDES e Fundo de Garantia à Exportação (FGE). Ele afirmou que, enquanto nos Estados Unidos a média anual de injeção de recursos no setor foi de 18,6 bilhões de dólares entre 2008 a 2012, no Brasil a média não alcançou a cifra de 3 bilhões de dólares.
Apoio
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Diogo Henrique de Oliveira, fez um histórico do apoio do Estado à economia exportadora. “Desde 1920, políticas amparam os cafeicultores e, mais modernamente, os exportadores de serviços e de bens, por meio do Programa de financiamento às exportações (Proex) e do FGE”, lembrou. A continuidade dessa ajuda, destacou Oliveira, pode resultar em melhores resultados nas exportações de alto valor agregado para a África e a América Latina.
O dirigente acrescentou que o sistema de apoio às exportações tem o objetivo de financiar pequenas empresas, com a criação de apólices específicas; de ampliar a participação de bancos privados em conjunto com o BNDES; e de dotar o país de instituições responsáveis por amparar setores estratégicos, “como os EUA fazem, por exemplo, por meio do Eximbank [banco que facilita o financiamento de exportações de produtos e serviços americanos]”.
Orçamento
O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil, José Augusto de Castro, mencionou a necessidade de o Congresso incluir, na previsão orçamentária, recursos suficientes para financiar as exportações e enfatizou os benefícios da “cultura exportadora”. O diretor de Investimentos e Finanças Corporativas da LCA Consultores, Fernando José de Camargo, explicou que o financiamento do BNDES às exportações se destina às etapas realizadas no Brasil e tem como contrapartida o aumento de divisas.
O debate foi proposto pelo deputado Claudio Cajado (DEM-BA). Na avaliação dele, a exportação de serviços de engenharia é estratégica para o País, pois vai muito além da construção. “A atividade compreende a produção de conhecimento (tecnologia, soluções construtivas, gerenciamento) no Brasil, por mão de obra qualificada e sua aplicação em projetos executados tanto no mercado internacional quanto doméstico”, comentou.
Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Marcelo Oliveira