Deputada acusa envolvimento do PT em extorsão na prefeitura de Santo André
09/04/2014 - 20:55
Em audiência pública da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) acusou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, de ser o "homem do carro preto" na prefeitura do petista Celso Daniel, em Santo André.
A deputada contou que seu pai, dono de empresa de ônibus na cidade, era extorquido por integrantes do PT. Esse dinheiro seria levado pelo "homem do carro preto" ao ex-ministro José Dirceu. Ela disse ainda que o prefeito foi assassinado logo após ter prometido acabar com aquele esquema.
Gilberto Carvalho disse que a morte de Celso Daniel lhe doía pessoalmente. Ele acrescentou que a investigação foi feita pela Polícia Civil, do governo do PSDB. O ministro disse que o PT pediu que houvesse empenho e independência na investigação e que também foi o próprio partido que pediu que a Polícia Federal entrasse na investigação.
O ministro lembrou que foi a PF que prendeu os acusados da morte de Daniel. Ele disse ainda que já foi questionado sobre essas acusações em CPI no Congresso e também foi acareado com os irmãos de Celso Daniel e que também é vítima nesse processo porque perdeu seu amigo.
O deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP) afirmou que durante a investigação sobre o assassinato do prefeito Celso Daniel em nenhum momento houve qualquer suspeita envolvendo o ministro.
O ministro também foi questionado sobre a acusação publicada em livro pelo ex-secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Jr., de que Gilberto Carvalho participaria de um esquema de corrupção em Santo André, que desviava dinheiro que era entregue a José Dirceu.
Livro de Tuma
Para o deputado Alexandre Leite (Dem-SP), é estranho que, apesar de dizer que vai processar Tuma Júnior, Carvalho adie esse momento. "Romeu Tuma Júnior disse que Vossa Excelência levava dinheiro de empresários de Santo André para o então ministro José Dirceu. O prefeito Celso Daniel está morto, o outro apenado."
O ministro diz que vai processar Tuma quando for conveniente e que não "dará palanque" para ele.
Carvalho também negou as acusações de Tuma de que teria encomendado dossiês contra inimigos políticos do governo como o governador de Goiás, Marconi Perillo. Carvalho disse que não considera essa uma estratégia adequada de luta política.
Reportagem - Vania Alves
Edição – Regina Céli Assumpção
