Ministro garante que aeroportos vão atender demanda da Copa do Mundo
08/04/2014 - 20:47

Apesar de atrasos em Fortaleza (CE) e Salvador (BA), que terão obras incompletas durante a Copa do Mundo, o ministro-chefe da secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, Moreira Franco, garantiu que os aeroportos brasileiros estão preparados para a demanda extra do período da Copa do Mundo. “Tivemos mais passageiros circulando no feriado do fim de ano no Brasil do que na Copa, e não teremos problemas”, disse.
O ministro também ressaltou que somente no Rio de Janeiro, os aeroportos tiveram mais passageiros extras durante a Jornada Mundial da Juventude com o Papa. “Os dois aeroportos do Rio bateram recordes de passageiros/dia durante a visita do Papa, então estamos preparados”, disse.
O ministro participou de audiência pública promovida pela Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados para discutir o andamento das obras de reforma e ampliação dos aeroportos das cidades-sede da Copa do Mundo.
Problemas
Salvador (BA) também passou por uma prova, segundo o ministro, no Carnaval de 2014. Mais pessoas passaram pelo aeroporto do que vão passar durante a Copa. Na Bahia as obras foram paralisadas e serão retomadas após a Copa. “O terminal de check-in foi reformado, e deveria haver mais uma expansão, mas com os atrasos que tivemos até agora não podemos confiar, achei melhor interromper as obras”, disse.
Já em Cuiabá (MT), a expectativa é que não haja problemas, apesar de atrasos na entrega das obras. O ministro disse que tudo estará concluído.
Fortaleza
O principal foco da audiência foi o aeroporto de Fortaleza. Moreira Franco se disse tão indignado quanto os deputados com o estado das obras em Fortaleza. Mas, questionado pelo deputado André Figueiredo (PDT-CE), o ministro negou que o problema tenha sido o Regime Diferenciado de Contratação (RDC), forma de licitação simplificada que foi criado para as obras da Copa e está sendo ampliado para outros setores.
“Há duas experiências anteriores desastrosas, uma em Vitória (ES) e outra em Goiânia (GO), onde uma vez paralisada a obra foram necessários seis anos para retornar. Por isso não é possível falar que foi o RDC, foi um problema de gestão, do gestor que não estava acompanhando a obra de perto”, disse o ministro.
Um terminal provisório será montado, chamado de MOP, um módulo operacional temporário de lona. “Isso ocorre, e foi utilizado na Copa da África do Sul, nas Olimpíadas de Londres, e no sorteio da Copa do Mundo no Brasil, na Costa do Sauípe (BA)”, disse o ministro.
Paralisar a obra
André Figueiredo disse que desde 2011 era possível ver o atraso, e sugeriu que o contrato dessa obra seja cancelado, e que esse consórcio seja impedido de fazer obras públicas. “E não foi apenas o problema de Fortaleza, eles foram também retirados da obra no Galeão”, disse.
O ministro, no entanto, disse que a experiência de obras paralisadas no passado não sugere essa como a melhor solução. “A pior situação é paralisar a obra, se for possível, vamos respeitar a lei para evitar demandas na Justiça, porque a grande sacrificada é a população”, disse.
Chuvas
A única ressalva que Moreira Franco fez foi quanto às chuvas, porque há aeroportos que não conseguem operar com equipamentos por suas configurações atuais. “Não há previsão de chuvas para a época, mas a única negociação que não conseguimos fazer é impedir a chuva nos dias do mundial”, disse. Se isso ocorrer, pode haver atrasos, mas não pela simples demanda da Copa, assegurou novamente.

Reportagem – Marcello Larcher
Edição – Regina Céli Assumpção