Relações exteriores

Parlamentares do Parlasul criticam tentativas de desestabilizar governo da Venezuela

07/04/2014 - 20:41  

A defesa da autodeterminação da Venezuela e as críticas a manobras de desestabilização do governo Nicolás Maduro, que estariam sendo promovidas pela oposição, marcaram o debate, nesta segunda-feira (7), sobre a crise política no país vizinho.

Promovido pelo Parlamento do Mercosul (Parlasul), o debate foi sugerido pela representação venezuelana, que participou pela primeira vez de uma sessão de forma plena, com direito a voz e voto.

A vice-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, deputada Blanca Eekhout, que integra a representação de seu país, fez uma defesa veemente do governo venezuelano. Ela afirmou que procura construir o socialismo bolivariano “em paz e mantendo relações econômicas, políticas e comerciais com todos os povos do mundo”.

Blanca Eekhout acrescentou: “A paz é o nosso caminho. Por que atacar a Venezuela? Por que querem eliminar uma das vozes integracionistas mais importantes? Defender a Venezuela é defender o Brasil, é defender a Argentina. Por isso, é um assunto do Mercosul defender a paz na Venezuela.”

Ataque especulativo
O deputado uruguaio Roberto Conde, ex-presidente do Parlasul, disse que há um “ataque especulativo constante” contra a moeda venezuelana. Em sua opinião, não se está diante de um movimento estudantil ou de um movimento em defesa dos direitos humanos, mas sim de um movimento de sabotagem da economia da Venezuela e de desestabilização do governo daquele país.

O vice-presidente brasileiro do Parlasul, senador Roberto Requião (PMDB-PR), disse que as últimas medidas econômicas tomadas por Maduro começam a surtir efeito, no combate ao desabastecimento, e que a mobilização das ruas está “praticamente pacificada”.

Requião criticou o tom excessivamente emotivo – “como em uma novela mexicana” – da participação da deputada de oposição venezuelana María Corina Machado em uma reunião da Comissão de Relações Exteriores do Senado brasileiro e pediu que o tema seja debatido com isenção. “Se a discussão sobre o tema for feita com racionalidade pelo Parlasul, daremos uma contribuição positiva ao processo. Devemos analisar a questão sem a passionalidade de uma María Corina, que muito pouco se preocupa com a Venezuela”, sustentou o senador.

Restrições à liberdade
Uma das poucas vozes dissonantes foi a do parlamentar argentino Adrian Pérez, para quem democracia “inclui tolerância, respeito ao outro e liberdade de expressão”, em referência às restrições à liberdade promovidas pelo governo venezuelano.

Da Redação – RCA
Com informações da Agência Senado

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