Política e Administração Pública

Oposição critica Dilma por compra de refinaria pela Petrobras; governo se defende

19/03/2014 - 18:34   •   Atualizado em 19/03/2014 - 18:42

Gustavo Lima/Câmara dos Deputados
Discussão do PL 2126/2011, que
Mendonça Filho: compra da refinaria prejudicou os acionistas minoritários da Petrobras.

Repercutiu em Plenário a notícia do jornal O Estado de S. Paulo de que a presidente Dilma Rousseff, quando comandava o Conselho de Administração da Petrobras em 2006, votou a favor da compra de 50% da polêmica refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). A transação é investigada por autoridades brasileiras por ter causado um prejuízo bilionário à Petrobras.

A oposição aproveitou para questionar a capacidade de gerenciamento da presidente Dilma Rousseff que, em nota, disse que o seu voto foi justificado por um relatório falho.

O líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), disse que a conta ficou para os cidadãos brasileiros que são acionistas minoritários da empresa e viram o seu investimento diminuir nos últimos anos. “Essa refinaria foi objeto de um contrato milionário, com cláusulas lesivas ao patrimônio público e contra os interesses dos acionistas minoritários”, disse.

Já o líder do PSDB, deputado Antonio Imbassahy (BA), chamou a transação de “negociata” e pediu que o resumo utilizado pela presidente para tomar a decisão venha a público. “Um resumo a gente usa para ir ao supermercado, à feira. Agora, comprar uma refinaria com base em um resumo, tenha paciência! É falta de compromisso”, criticou.

O deputado Roberto Freire (PPS-SP) disse que a presidente “ou teve culpa, ou teve dolo” no caso da compra da refinaria da Petrobras. “O Brasil precisa saber qual é o seu papel nesse escândalo”, cobrou.

Defesa
Quem saiu em defesa da presidente foi o líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). Ele criticou as palavras da oposição, especialmente o uso da expressão “negociata” pelo líder do PSDB. “Nem ele [o líder do PSDB] nem eu pode se dirigir desta forma, tentando colocar a presidente em suspeição quando ela foi de uma honestidade intelectual que poucos tiveram”, disse.

Chinaglia esclareceu que a refinaria de Pasadena tem dado lucro e que os prejuízos foram causados pela crise financeira. “Se o mercado mudou e, por isso, houve alteração do preço, vai brigar com o ‘Deus-Mercado’. Hoje Pasadena está dando lucro e o capital investido vai ser recuperado”, afirmou.

Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Pierre Triboli

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