Política e Administração Pública

Comissão externa sobre Petrobras é antirregimental, diz líder do governo

11/03/2014 - 13:03  

O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou há pouco que o requerimento da oposição para criar comissão externa e acompanhar denúncias relacionadas à Petrobras na Holanda é antirregimental. Segundo o líder, reportagem da Folha de S. Paulo de 27 de fevereiro mostra que na Holanda o assunto não está sendo investigado.

Conforme o requerimento da oposição, a Holanda investiga denúncias de que a empresa SBM Offshore, com sede naquele país, teria pago propina a funcionários de petroleiras de diversos países, entre as quais a Petrobras, para conseguir contratos de locação de plataformas petrolíferas entre os anos de 2005 e 2012. O pedido é o primeiro item da pauta do Plenário hoje e contaria com o apoio de alguns parlamentares da base aliada.

“Não há nem apoio regimental para o pedido, e nem tampouco uma comissão externa tem poder para chegar em outro país e adentrar uma investigação que eventualmente esteja sendo feita”, afirmou Chinaglia. “Se o requerimento for aprovado, correremos o risco de a Câmara ficar no papel difícil de ter que se explicar à sociedade brasileira”, completou.

"Entendo que a oposição e parlamentares insatisfeitos na base queiram desgastar o governo, mas não podemos fugir à discussão de mérito do pedido”, acrescentou. Chinaglia disse ainda que poderia apoiar um convite à presidente da Petrobras, Graça Foster, para esclarecer a questão.

Falta de competência
Segundo o líder do PT, deputado Vicentinho (SP), o Regimento Interno estabelece que uma comissão externa deve cumprir a missão de representar a Câmara externamente ou assistir trabalhos externos. “Mas ela vai assistir o quê, se não tem nada lá fora?”, questionou. “Se a Câmara aprovar o pedido, esses deputados vão para a Holanda passear”, completou.

Vicentinho informou ainda que a estratégia do partido será transformar em convites os 21 requerimentos de convocação de ministros para prestar esclarecimentos aos deputados, que serão votados amanhã pelas comissões temáticas.

Marco civil

Por conta da insatisfação na base aliada, Chinaglia ressaltou que o governo prefere que a proposta de marco civil da internet, considerada prioritária pelo governo, não seja votada hoje. “Não podemos colocar em risco uma votação importante como essa”, disse. O líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), cogita inclusive apresentar uma proposta de substitutivo ao marco civil.

Reportagem - Lara Haje
Edição - Daniella Cronemberger

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